Quando os primeiros povoadores se fixaram na ilha da Madeira, no século XV, na floresta Laurissilva já floriam três gerânios, que os estudos botânicos desenvolvidos a partir da segunda metade do século XVIII vieram provar que são exclusivos desta ilha.
No sub-bosque húmido da floresta, classificada como Património Natural da Humanidade desde 1999, é possível encontrar o Geranium rubescens, herbácea bienal ainda hoje sem nome vulgar, o Geranium palmatum, herbácea perene conhecida popularmente por pássaras, e o Geranium maderense, herbácea que vive dois ou três anos e é conhecida como gerânio-da-madeira.
Embora esta espécie endémica seja muito rara na Natureza, a verdade é que se multiplica facilmente quando cultivada como ornamental. As causas desta diferença de comportamento ainda são uma incógnita.
FLORAÇÃO
No Campo de Educação Ambiental do Santo da Serra, os gerânios-da-madeira começaram a florir na última semana de março e até maio continuarão a encher de cor e alegria espaços que há dois anos estavam ocupados com silvado, tojo e mato seco.
Paralelamente aos trabalhos de limpeza, plantámos cerca de cinco centenas de pequenas mudas de gerânio-da-madeira e lançámos à terra incontáveis sementes.
Nesta primavera, estamos a viver o primeiro festival dos gerânios-da-madeira. Nos próximos anos, se a Natureza nos permitir, o contingente de plantas floridas crescerá imenso e as manchas de cor serão mais exuberantes.
No primeiro ano e, nalguns casos, em dois anos, os gerânios desenvolvem bonitas rosetas de grandes folhas palmipartidas. No segundo ou no terceiro ano, na primavera, as plantas enchem-se de belíssimas flores rosado-purpúreas.
Esta beldade madeirense morre depois de nos deliciar com as suas extraordinárias flores, mas antes, generosamente, oferece as sementes.
BILHETE DE IDENTIDADE
Nome científico: Geranium maderense.
Nome vulgar: Gerânio-da-madeira.
Porte: Herbácea.
Família: Geraniaceae.
Origem: Ilha da Madeira.
Morada: Campo
de Educação Ambiental do Santo da Serra – Eva e Américo Durão.
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