É a planta de interior mais vendida em todo o mundo e a primeira orquídea de muitas coleções. De rara e com fama de difícil de cultivar, passou a acessível a todos e de fácil cultivo em qualquer casa.
O seu nome quer dizer “como uma falena”, do grego phálaina, que significa borboleta noturna. E porquê “como uma borboleta”? Porque as primeiras flores de Phalaenopsis avistadas cresciam em plantas agarradas a ramos de árvores e as suas flores, lá no alto, com o sopro do vento, assemelhavam-se a borboletas a voar.
O género Phalaenopsis é formado por cerca de 60 espécies, todas originárias do continente asiático, desde os Himalaias até ao Norte da Austrália. Crescem de forma epífita (agarradas às árvores) e algumas de forma litófita (nas rochas). O ambiente ideal para estas orquídeas é um ambiente que classificamos como quente, com temperaturas entre os 18 e os 30 graus e muita humidade no ar.
No entanto, adaptam-se bem a temperaturas mais variadas com mínimas de 15 e máximas de 35 graus centígrados.
Factos históricos das Phalaenopsis
A má fama que criaram de serem plantas difíceis de manter remonta ao século XVII, quando vinham para a Europa em naus e, pelas difíceis condições de transporte e tempo. Demoravam muito em viagem, chegavam mortas ou num estado muito degradado e acabavam por morrer.
Ao contrário de muitas outras orquídeas vindas da Ásia, as Phalaenopsis são plantas de crescimento monopodial e não têm pseudobolbo. Isto dificulta a sobrevivência das mesmas a condições adversas. A partir do século XIX, com o uso das caixas de Wardian, os primeiros terrários, o transporte de plantas mais frágeis melhorou bastante e as Phalaenopsis começaram a chegar à Europa em melhores condições, simplificando o seu cultivo.
No entanto não eram, de todo, plantas para qualquer um. As orquídeas eram plantas bastante raras, muito valiosas. Só existiram durante muito tempo nos jardins botânicos mais conceituados ou em coleções privadas de aristocratas que pagavam por elas verdadeiras fortunas.
O cultivo desta planta era difícil na Europa devido às nossas temperaturas e invernos rigorosos. Foram precisas muitas décadas para o seu cultivo ser aperfeiçoado e tudo se tornou mais fácil quando começaram a ser criadas artificialmente as condições em que estas plantas eram encontradas nos seus habitats de origem.
E principalmente quando as plantas começaram a ser estudadas e compreendidas. Com as descobertas científicas do século XX no campo da botânica, foram criadas condições para fabricar híbridos de cores e tamanhos muito variados, bem como formas de se produzirem enormes quantidades de plantas, por germinação em laboratório e clonagem.
Até há poucos anos, existiam dois grandes mercados de produção de Phalaenopsis: na Holanda, para o mercado europeu e em Taiwan, para o mercado asiático e americano. Hoje em dia a produção de Phalaenopsis está espalhada por todo o mundo.
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Como cultivar
Assim, no tempo presente, o cultivo das Phalaenopsis é considerado um dos mais fáceis e acessíveis a todos. São chamadas “plantas de interior” para que sejam cultivadas em ambientes protegidos do frio, entre os 15 e os 30 graus.
As suas folhas largas e carnudas servem para armazenamento de água e também para captarem a luz. Estas orquídeas crescem nos troncos e ramos das árvores, mas protegidas pelas suas copas. Assim, o ideal serão locais iluminados, mas sem sol direto, que lhes pode provocar queimaduras severas.
Como têm raízes grossas que se espalham pela superfície dos troncos, estas desenvolveram cloroplastos nas raízes que recebem também alguma luz, utilizando-a para a fotossíntese. É esta a razão por que, nas Phalaenopsis, utilizamos vasos de plástico transparente, para que as raízes recebam também alguma luz, como acontece na Natureza.
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A importância da rega
O principal erro é o excesso de água. Nos seus habitats, as temperaturas altas são constantes de dia e de noite e, durante todo o ano e mesmo quando chove, a água rapidamente se evapora, pois as raízes estão expostas ao vento quente.
E essas condições são difíceis de replicar em nossas casas. O que devemos então fazer? Regar menos. Em regra, uma vez por semana, para as raízes terem tempo de secar entre regas. Se estiverem sempre molhadas, as raízes têm tendência a apodrecer e, sem raízes, toda a planta acaba por morrer.
Tenho também de mencionar a necessidade de fertilizarmos as nossas Phalaenopsis duas vezes por mês, com adubo para orquídeas diluído na água de rega. E enquanto regamos, devemos observar a planta nos dois lados das folhas e estar atentos a insetos que possam danificar a planta ou as flores. Manter a planta limpa é a melhor prevenção. E ela pagar-nos-á com bonitas e longas florações para nos alegrar.
Fotografia: José Santos e foto Lio Doro gentilmente cedida por Ana Pereira.
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