O dragoeiro é uma planta emblemática da Macaronésia e tem fama de viver muito tempo.
Segundo o naturalista alemão Alexander von Humboldt (1769-1859), o famoso dragoeiro de Orotava, em Tenerife, derrubado por um tufão, em 1867, teria mais de 6000 anos.
Era uma notável árvore, com 23 metros de altura e uma copa com 24 metros de perímetro.
Na Madeira não há notícia de ter havido um dragoeiro tão velho e com tão grande porte. O maior exemplar madeirense conhecido existiu no sítio da Pontinha de Cima, em Machico e foi destruído por uma tempestade em 1843. Mesmo assim, quando pereceu, tinha quase 16 metros de altura.
Os dragoeiros só começam a ramificar após a primeira floração, que pode demorar entre dez e 20 anos. Têm porte arbóreo, mas o caule e os ramos não são lenhosos.
Aarroteia de terrenos para a agricultura e a extração do sangue de dragão contribuíram para a sua quase extinção no ambiente natural.
No entanto, hoje podemos encontrar bonitos dragoeiros cultivados e o seu número tem vindo a aumentar.
O sangue de dragão
As incisões no caule provocam a libertação de seiva líquida e incolor, que, em contacto com o ar, solidifica e adquire a cor do sangue.
Nos primeiros tempos do povoamento, a Madeira exportou sangue de dragão, muito apreciado na Europa pelas propriedades medicinais e também utilizado como corante para tingir tecidos e ingrediente no fabrico de verniz para violinos.
As folhas e as flores
O dragoeiro é uma árvore perenifólia de folhas ensiformes com 60 a 70 cm de comprimento, verdes-acinzentadas e coriáceas, que se dispõem em rosetas na extremidade dos ramos.
As numerosas flores brancas organizam-se em vistosos rácimos, que podem ser apreciados entre junho e agosto.
Os frutos
Os frutos globosos ( 1-1,5 cm de diâmetro), carnudos e alaranjados quando maduros, começam a desenvolver-se em julho.
O amadurecimento é demorado. Em junho, quando ocorre uma nova floração, muitos ainda se mantêm na árvore.
B.I.
Nome científico: Dracaena draco subsp. draco
Nome vulgar: Dragoeiro
Porte: Árvore
Família: Asparagaceae (Agavaceae)
Origem: Macaronésia (Madeira, Canárias, Açores e Cabo Verde)
Morada: Jardim do Campo da Barca, Jardim Princesa D.ª Amélia, Quinta das Cruzes, Núcleo de Dragoeiros das Neves
Fotos: Raimundo Quintal
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