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Descubra a Quinta Jardins do Lago

Quinta Jardins do Lago

Na Madeira a expressão achada significa pequeno planalto. Daí que achada seja o nome do sítio da freguesia de São Pedro, a cerca de 1,5 km do centro da cidade do Funchal, localizado entre a escarpa ocidental da ribeira de Santa Luzia e a vertente oriental da ribeira de São João.

Nesse interflúvio, elevado e aplanado, foi criada no século XVIII, por uma família madeirense, a Quinta da Achada.

Segundo David Hancock, professor de história na universidade de Michigan, a Quinta da Achada pertenceu, entre 1750 e 1770, à firma Lamar, Hill, Bisset & Co, que comercializava vinho Madeira.

Dais cotinifolia (Árvore-dos-Pompons), grande arbusto ou pequena árvore, originária da Zona Oriental da África do Sul e de Madagáscar

No início do século XIX a propriedade passou para William Penfold, também comerciante de vinho Madeira.

O general Beresford, que comandou as tropas inglesas que ocuparam pela segunda vez a Madeira a 24 de dezembro de 1807, viveu nesta quinta até deixar a ilha a 17 de agosto de 1808.

“Penfold, segundo o jornal Flor do Oceano, liquidou todos os seus bens em 1836, regressando a Inglaterra, deixando, no entanto, um filho entre nós, falecido em 1871, altura em que a Achada mudou de dono.

Quinta Jardins do Lago

Nesta casa viveram várias gerações da família Lindon-Vinard, que tinha adquirido a quinta em 1881 (…).

Da descendência da família Lindon-Vinard, mais concretamente do casamento de Sylvie Eliane Gabrielle Vinard com John Reeder Blandy, descendem os atuais proprietários desta lindíssima residência funchalense.

Flora

De destacar nesta propriedade é o seu riquíssimo parque botânico com árvores centenárias e raras, algumas, como a velha magnólia perto da varanda que imprime à casa um cunho colonial, ou o eucalipto da quinta que era ponto de referência para os barcos que entravam no Porto do Funchal, indicando-lhes justamente o centro da baía” (Saint-Trueva, J. – 1999).

Em 2000 entrou em funcionamento uma unidade hoteleira de cinco estrelas, que integra de forma harmoniosa a casa mãe e se insere numa ampla zona verde.

A propriedade passou a designar-se Quinta Jardins do Lago.

O enorme eucalipto (Eucalyptus globulus), que era uma das referências da Quinta morreu aquando das obras de construção da estalagem.

Cobaea scandens (sinos-de-Catedral), trepadeira semilenhosa

Felizmente melhor sorte teve a frondosa magnólia (Magnolia grandiflora), natural do sudeste dos Estados Unidos da América.

Esta espécie continua a ser um dos ex-líbris do jardim, a par de outras árvores notáveis como a enorme e rara turpentine (Syncarpia glomulifera), oriunda da Austrália, ou a monumental canforeira (Cinnamomum camphora), indígena do Japão, China e Taiwan.

A Quinta Jardins do Lago possui uma área de 20.170 m², sendo 3.950 m² de espaço edificado, 2.500 m² de passeios, caminhos e estacionamentos e 13.720 m² de jardim.

Com uma exposição dominante a sul, estende-se numa plataforma, cujas altitudes máxima e mínima, são, respetivamente, 145 m e 130 m.

A flora da Quinta Jardins do Lago é constituída por cerca de 500 táxones, essencialmente oriundos de regiões com climas tropicais e subtropicais.

As plantas caducifólias têm um impacto pouco significativo na imagem do jardim ao longo do ano, que depende essencialmente dos diferentes regimes de floração.

É no período primavera-verão, que se regista o pico mais alto da floração, mas o espetáculo das plantas floridas continua no outono e no inverno. Há mesmo cerca de sete dezenas de espécies, que florescem durante todo o ano, embora com oscilações na exuberância.

Entre estas, existem quatro trepadeiras que merecem um especial destaque, graças à beleza e impacto das suas flores.

Os seus nomes são: Clerodendrum splendens (clerodendro-vermelho); Cobaea scandens (sinos-de-catedral); Thunbergia laurifolia (tumbérgia-azul); Thunbergia mysorensis (sapatinho-de-judia).

A qualidade do hotel é indissociável da vasta área ajardinada onde se insere e da excecional fitodiversidade que possui.

Muitas das espécies ostentam placas com a respetiva identificação, visando satisfazer a curiosidade dos visitantes mais exigentes, que, para além do recreio e lazer, procuram saber algo mais sobre a flora do jardim.

Há aqui condições para desenvolver o conceito de hotel botânico, proporcionando ao hóspede informação detalhada sobre a flora e facultando-lhe a possibilidade de participar em atividades relacionadas com a conservação e enriquecimento da vegetação.

Fotos: Raiumundo Quintal

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