Adora a Natureza em geral, mas a formação em Design deixa-a sempre fascinada pela beleza e pormenor que podemos encontrar num campo cheio de flores. Estudou Design, trabalhou em design de interiores e viria a acabar ‘florista’, revela. É, nas suas palavras, “uma grande amante do belo e fascina-me que as flores sejam uma beleza efémera que nos obriga a gozá-la enquanto ainda podemos”.
Como e quando nasceu a paixão por flores e este projeto?
O meu projeto, costumo dizer, nasceu por acaso! Estava a tirar um curso superior de Design e a trabalhar em design de interiores quando surgiu a oportunidade de trabalhar em imprensa, mais especificamente em duas revistas de decoração.
Entre as produções fotográficas para as revistas e para o trabalho no ateliê, surgiu a construção e integração de flores e plantas para compor ou fazer styling de ambientes decorativos.
Aí nasceu a paixão. O negócio veio depois e começou como tantos outros, com um arranjo para umas amigas, um centro de mesa para os avós. De boca em boca, fui ganhando os meus clientes e, três anos depois, larguei as revistas e comecei a dedicar-me a 100 por cento.
Quais as suas flores favoritas e porquê?
Não tenho! Ao inicio tinha favoritas e tinha as que odiava trabalhar. Até passar essa barreira e perceber que na verdade tinha quase mais gozo em fazer um trabalho brutal com uma flor comum ou menos elegante, com uma flor ‘’difícil’’, do que com as flores lindas, elegantes e populares, onde tu consegues mais facilmente atingir uma estética mais apelativa.
Trabalha mais com flores secas, flores preservadas ou flores ao natural?
Na verdade, cada vez trabalho mais com secas, mas não há nada como flores frescas, na minha opinião. São coisas muito diferentes, para géneros de pessoas e mesmo para ocasiões diferentes.
As secas/preservadas estão ‘’na moda’’ mesmo. E por isso existe uma enorme procura. Mas as frescas são um clássico! O que mais gosto na verdade é mesmo de fazer arranjos com ambas!
Que tipos de projetos faz com flores?
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, o meu trabalho não é só festas e casamentos. Faço muito trabalho para grandes empresas, press kits, montras, eventos comerciais, ações de marca, programas de televisão, instalações, faço um pouco de tudo. E adoro!
Para mim, trabalhar com um cliente particular é muito especial porque acompanho muito bem a história, a pessoa, mas o facto de grandes marcas recorrerem ao 2for1 para acompanhar os seus produtos é um privilégio.
Quem são maioritariamente os seus clientes, particulares ou empresas?
Neste momento, está completamente 50/50 e quero que continue assim. Preciso deste equilíbrio porque, se, por um lado, as marcas nos dão imensa liberdade criativa, por outro, os particulares são sempre especiais porque têm uma cara, uma história detrás.
Além dos projetos que faz por encomenda, tem uma loja online. Que tipo de produtos vende maioritariamente?
Temos loja online na www.2for1design.com e temos também uma pop up em Cascais; em breve, esperamos poder dar mais novidades sobre isso.
Sei que faz vários workshops, quais os temas e o tipo de público? São presenciais ou também têm versão online?
Com a pandemia, veio a necessidade de me reinventar, os workshops foram sempre presenciais e sempre com um critério muito exigente da minha parte no que tocava à partilha de conhecimentos, proximidade, comunidade e sempre num ambiente intimista. Mas como fazer isto acontecer num workshop online? Não é igual, mas pode ser igualmente especial. Percebi que a comunidade podia ser ainda mais alargada e que o sentimento de partilha não tinha de ser físico, mas pode ser um mindset.
Começámos assim os workshops in a box, caixas que chegam até aos clientes com todos os materiais necessários para fazer login numa plataforma online onde partilhamos e aprendemos todos juntos!
Os presenciais hão de voltar, são muito importantes para mim, mas só quando vir reunidas as condições ideais para isso.
Quais são os maiores benefícios de ter flores em casa?
Para mim, as flores são tão ou mais importantes como uma peça de decoração. As flores fazem-nos sentir conforto, sermos bem recebidos, sermos amados e claro termos um contacto direto com a Natureza. É sempre uma experiência sensorial e isso é muito importante para nós, ‘seres vivos’, que passamos metade do dia agarrados a ecrãs.
Quer deixar algumas dicas, conselhos ou desafios aos leitores da Jardins, que são pessoas que gostam muito de flores?
Gostava muito de desafiar quem leu este artigo a partilhar connosco a primeira memória que tem de flores.
A minha é muito clara. Estava em casa da minha bisavó e ela tinha uma parede altíssima cheia de jasmim, que trepava parede acima e eu passava o dia a tentar apanhar flores enquanto fugia das abelhas que pousavam aqui e ali na parede.
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