Plantas

Conheça a erva-doce-dos-astecas

Nomes Comuns: Erva-doce-dos-astecas, erva-doce, erva-do-mel, erva-boa, sálvia- santa, arbusto-lipia, orégão-grosseiro e corronchoco.

Nome científico: Phyla scaberrima ou Lippia dulcis (Phyla dulcis).

Origem: México, Venezuela, Cuba, Colômbia e Porto Rico.

Família: Verbenácea.

Características: Planta herbácea, com uma altura que pode variar de 30-60 cm, com haste ramificada, que pode expandir-se entre 20-30 cm e folhas simples inteiras, ovais, verdes e avermelhadas-arroxeadas, caducas na Europa. A raiz é perene e fibrosa. Os frutos são de cor castanha e estão encerrados num cálice persistente.

Polinização/fecundação: As flores são pequenas, brancas, hermafroditas, aparecem em agosto-setembro e são polinizadas por insetos.

Factos históricos/curiosidades: Era utilizada pelos astecas com o nome de Tzompelic xihuitl, que significa “erva-doce”. O primeiro livro de ervas medicinais usado pelos astecas, chamado Libellus de Medicinalibus Inodorum Herbis, foi escrito pelo físico asteca chamado Martín de la Cruz e publicado em latim, em 1552, dando o nome à erva-doce de Tzopelicacoc.

Foi introduzida na Europa pelos espanhóis e descrita no livro de história natural publicado, entre 1570-1576, pelo físico espanhol, Francisco Hernández. Contém hernandulcin, nome que foi dado, em 1985, em honra  de Hernández, que descreveu a planta.

Ciclo biológico: (Perene 5-6 anos).

Variedades mais cultivadas: Não são conhecidos cultivares desta planta.

Parte utilizada: Folhas, que podem ter 3-4 cm de comprimento e inflorescências.

Condições Ambientais

Solo: Húmidos, arenosos, areno-argilosos, bem drenados e arejados, com muita matéria orgânica. O pH pode situar-se nos 5-7, (ligeiramente ácidos). Adapta-se a terrenos abandonados.

Zona climática: Subtropical, tropical e temperado quente.

Temperaturas: Ótimas: 10-30 °C Min: 3 °C Max: 35 °C

Paragem do desenvolvimento: 0 °C

Morte da planta: -1 °C

Exposição solar: Exposta ao sol ou semissombra.

Humidade relativa: Alta

Precipitação: 1400-1800 mm/ano

Altitude: 0-1800 m

Fertilização

Adubação: Estrume de galinha, composto de minhoca, farinha de ossos, pó de minerais  e guano.

Adubo Verde: Fava, favarola, centeio, trigo.

Exigências nutritivas: 1:1:1 ou 1:1:2 (azoto: fósforo: potássio)

Técnicas de cultivo

Preparação do solo: Com arados e grades, a cerca de 15 cm de profundidade.

Data de plantação/sementeira: Início da primavera ou fim do verão.

Tipo de plantação/sementeira: Por estaca, na primavera.

Tempo de enraizamento: Um mês.

Faculdade germinativa (anos): 2-3 anos

Compasso: 20 x 20 cm

Transplantação: Com 60 dias

Rotação: Alho-francês, batata e cebola (antes). Caso plante esta planta como anual, deve ter um intervalo de cinco anos.

Consociações: Com couve-galega, tomate e pimento.

Amanhos: Podar os ramos secos; proteger com palha no inverno; podar os frutos secos.

Regas: Muito frequentes, duas vezes por semana, no verão. O sistema mais adequado é o de gota a gota.

Entomologia e patologia vegetal

Pragas: Afídios, mosca-branca e trips.

Doenças: Na Europa, não se regista o ataque de doenças, apenas algumas viroses.

Acidentes: Não gosta de solos salinos, geadas.

Colheita e utilização

Quando colher: Junho-setembro, assim que a folha adquira o tamanho final.

Produção: 2-3/T/ha/ de folha fresca.

Condições de armazenamento: Depois da colheita, devem ser secas ou utilizadas de imediato.

Valor nutricional: Contém hernandulcin, que é 1000-1500 vezes mais poderoso que a sacarose, mas ligeiramente amargo no fim. Contém óleo essencial, incluindo um produto canforado 53% de camphor e 16% de camphene) que pode ser tóxico. Por esta razão, muitos países não recomendam o seu consumo, pois pode alterar o sistema nervoso.

Época de consumo: Em fresco, no verão.

Usos: As folhas podem utilizar-se em fresco ou secas como adoçantes (utilizada desde 1570 pelos povos da América Central). Utilizada como edulcorante natural e como erva medicinal no México e América Central. No século XIX, no México, foi feito um remédio para curar a bronquite. A folha e inflorescência são utilizadas para remédios para problemas de estômago (gastrintestinal), lombrigas e diarreias. A infusão com folhas serve para lavagem de feridas e limpeza da boca.

Conselho de especialista

Pode ser cultivada, na maioria dos locais, incluindo terrenos abandonados, mas não resiste a invernos rigorosos e deve ser protegida. Em Portugal, adapta-se a regiões em que as temperaturas não sejam negativas e o clima não seja muito seco. Cuidado, pois, ao exceder as doses recomendadas, torna-se muito tóxico (menos de 3000 mg/kg do peso corporal).

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