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Exposição Diálogos
Janeiro 28, 2023 @ 17:00 - 18:30
Local: Centro de Artes e Cultura de Ponte de Sôr
Inauguração: 28 de Janeiro 2023, às 17h
Artistas: Bela Silva | Bruno Castro Santos | Jorge Nesbitt | Manuel Caldeira | Pedro Quintas
Comissário: Rui Freire
A exposição DIÁLOGOS reúne obras de 5 artistas – Bela Silva, Bruno Castro Santos, Jorge Nesbitt, Manuel Caldeira e Pedro Quintas, no Centro de Artes e Cultura de Ponte de Sôr, organizada no âmbito do protocolo cultural entre o Município de Ponte de Sor e a Fundação das Casas de Fronteira e Alorna.
A exposição apresenta o trabalho de cinco artistas portugueses e propõe, através das diferentes práticas usadas – Pintura, Desenho, Gravura e Cerâmica, uma reflexão sobre aspetos relacionados com a organização do processo criativo, que é distinto para cada artista. A exposição aborda a influência da utilização das diferentes técnicas na realização das obras apresentadas.
As obras em desenho e cerâmica realizadas por Bela Silva, são frequentemente inspiradas nas suas viagens em Portugal, na América do Sul e na Ásia. Os desenhos são compostos por gestos largos em que a sábia utilização da cor e dos diversos elementos de colagem. A alegria solar dos desenhos e cerâmicas de Bela Silva são o reflexo da sua personalidade vibrante e da sua identidade profundamente lusófona.
Bruno Castro Santos escolhe cuidadosamente os seus papéis antes de iniciar um novo desenho. Começa por definir a estrutura geral do desenho e impõe voluntariamente algumas regras, que são frequentemente quebradas durante o processo criativo. As suas obras são pacientemente construídas linha a linha, camada a camada. Quase meditativo, o resultado é hipnotizante.
Jorge Nesbitt realiza gravuras em Linólio de grande escala em que as formas são escavadas recorrendo a ferramentas especiais. A originalidade e o carácter muito pessoal do trabalho de Jorge Nesbitt surge da complexa combinação de afinidades artísticas e literárias, associadas a uma versatilidade técnica notável. É também deste modo que as suas obras se integram no seu tempo, com a dose certa de humor e poesia, necessária à condição do artista contemporâneo.
Os processos de construção das pinturas de Manuel Caldeira revelam o conhecido interesse do artista por formas mínimas, pela criação de espaços ilusórios e cénicos com recurso a uma economia material e sábia utilização da cor. Ou como refere João Pinharanda num texto de sua autoria a propósito do trabalho do artista: nasce da dúvida entre forma e fundo gerada pelo recorte, que investe a sua eficácia no frágil equilíbrio entre simetria e dissimetria, entre preenchimento e esvaziamento.
Pedro Quintas explora nas pinturas apresentadas formas decorrentes das possibilidades formais de dobras efetuadas sobre uma superfície plana. Nestas pinturas cujo tema é, em última análise, o processo da sua criação, o artista opera um jogo composicional de colocação, remoção e justaposição de elementos que comunicam uns com os outros. As formas e figuras resultantes revelam uma tensão entre o seu estatuto de imagens fixas e o seu aparente potencial de movimento, abrindo possibilidades formais que o espectador pode desvendar e que resultam da deslocação das dobras.