Já olhou atentamente para as raízes das suas orquídeas? Se não o fez ainda, faça-o, pois o bem-estar das plantas está diretamente ligado à saúde das suas raízes.
Dependendo da espécie de orquídea, do local de origem e ambientes onde vivem, podemos deparar-nos com vários tipos de raízes: terrestres ou aéreas, finas como cabelos ou grossas e muito resistentes. Podem ter várias tonalidades, desde o branco ao prateado até ao vermelho acastanhado ou mesmo verde. Podem ser lisas ou rugosas, peludas ou com escamas. Todas estas características têm o seu objectivo e podemos saber muito sobre uma orquídea se olharmos para as suas raízes.
As nossas orquídeas silvestres e outras orquídeas que crescem em zonas temperadas, são normalmente orquídeas terrestres. As suas raízes são muito finas e subterrâneas. Servem exclusivamente para absorver a água e nutrientes e canalizá-los para a planta. Se expostas ao Sol, essas raízes morrem rapidamente por desidratação. Mas grande parte das orquídeas não são plantas terrestres. São epífitas, como já tínhamos visto anteriormente, e nesse caso, as suas raízes não estão cobertas por terra ou outro substrato, estão diretamente expostas aos elementos e têm aspetos muito diferentes.
Olhar para as raízes
Nas plantas epífitas podemos encontrar raízes de diferentes espessuras. As mais finas têm já uma pequena camada de células protetoras a envolver o córtex e são mais grossas do que as raízes das orquídeas terrestres. Estas raízes encontram-se cobertas de substrato leve e solto (detritos vegetais como folhas, cascas, musgos, entre outros) ou encontram-se expostas e sobrevivem já a períodos mais secos, podendo também armazenar alguns nutrientes.
As raízes mais grossas são constituídas também pelo córtex, no interior da raiz, e envolvidas numa maior camada de células esponjosas denominadas de velame.
O córtex parece um fio forte e tem a função de conduzir o alimento para a planta. O velame absorve a água, seja ela proveniente de chuva, de orvalho ou de nevoeiro bem como das regas que fazemos em nossas casas. Assim, absorve também os fertilizantes que colocamos na água de rega e ainda o oxigénio necessário à planta. Podem ter uma forma cilíndrica ou mais achatada e têm ainda a particularidade de aderir ao substrato ou ao local que serve de suporte à planta (tronco, rocha, etc) e fazem-no com tanta força que muitas vezes é impossível retirar a planta do local onde está agarrada sem danificar as raízes.
Quando está seco, o velame tem uma cor clara e prateada, assim que é molhado, adquire tons esverdeados ficando totalmente verde se impregnado de água. A cor verde deve-se ao facto de muitas raízes de orquídeas terem cloroplastos e realizarem a fotossíntese. Existem orquídeas que, para sobreviverem a grandes variações ambientais ao longo do ano, em que é difícil para a planta suportar folhas, sobrevivem somente com as raízes entrando num período de dormência (Chiloschista) e outras que nunca têm folhas vivendo toda a sua vida e florindo só com raízes (Dendrophylax), as chamadas orquídea-fantasma.
Foto: José Santos
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