Jardins & Viagens

Jardins de Portugal: Rota do Tejo

A rota do Tejo atravessa territórios de caraterísticas muito diversas. O rio Tejo nasce na serra de Albarracim (Espanha) e percorre cerca de 1000km até desaguar em Lisboa. 

A rota coincide com uma pequena parte da sua vasta bacia hidrográfica e os lugares ora se aproximam ora se afastam do rio. Na margem direita reúne lugares da Beira Baixa e do Médio Tejo e na margem esquerda do Alto Alentejo. A rota estende-se desde a raia até às Portas do Sol em Santarém.

Junto a Espanha, distinguem-se santuários como o de Nossa Senhora do Almurtão ou o de Nossa Senhora de Mércules nos arredores de Castelo Branco. O jardim do Paço Episcopal de Castelo Branco, hoje Museu Francisco Tavares Proença, próximo do Convento de Nossa Senhora da Graça, está entre as peças mais notáveis da arte paisagista portuguesa. Terá sido uma vasta quinta com extensas hortas que deram lugar ao Parque da Cidade. Porém, o elemento mais notável é o jardim na traseira do paço quer pela sua original composição, quer pelo conjunto de fontes e estatuária. Também os castelos nas cidades mais importantes como Tomar, Abrantes e Castelo Branco, são espaços de memória que foram apropriados pelas populações e pelos municípios como jardins públicos e por essa razão integram a rota. O Tejo constituiu uma linha defensiva na fase em que Portugal construía a sua identidade no período da reconquista cristã sob o domínio da Ordem dos Templários.

Santarém é o fim desta rota precisamente com o Jardim das Portas do Sol que ocupa a primitiva alcáçova da cidade tendo sido reconvertido em jardim público nos finais do século XIX e sofrido já remodelações posteriores. As Portas do Sol são um miradouro privilegiado sobre o vale de Santarém por onde se estende um vasto e notável conjunto de quintas nas duas margens do Tejo, de Santarém à Golegã e de Almeirim à Chamusca, constituindo importantes casas agrícolas na lezíria, em leito de cheia do Tejo instaladas sobre férteis campos, outrora predominantemente ocupados pelo olival que deu lugar à vinha e ao milho. As casas estão rodeadas de amplos pátios murado, ora mais de aparato ora mais agrícolas, alguns pequenos jardins na proximidade criando áreas de fresco. As instalações agrícolas são de grande dimensão: celeiros, picadeiros, lagares. Sim, aqui o cavalo – em especial o lusitano – é uma constante na paisagem.

JARDIM DA CASA-ESTÚDIO CARLOS RELVAS

Na vila da Golegã, encontra-se este pequeno jardim que envolve a casa-estúdio, rodeado por uma grade, com entrada pelo largo D. Manuel I, em frente ao edifício da Câmara Municipal. O jardim é dominado por um denso património arbóreo que envolve um espaço clareira onde se encontra ao centro a casa-estúdio cuja fachada posterior, virada a nascente, dá diretamente para a rua. Aqui viveu Carlos Relvas (1838-1894), natural da Golegã, filho de abastados proprietários, que herdou a quinta do Outeiro onde hoje se inscreve este jardim. Quando se entra no jardim, sob as árvores, à esquerda existe um pequeno lago afundado e existem alguns pequenos percursos por caminhos, um cenário que permite vislumbrar o que seriam os jardins do Palácio Relvas, na Quinta do Outeiro.

Do primeiro casamento, Carlos Relvas teve quatro filhos, entre eles José Relvas – importante figura republicana. Aquando do seu segundo casamento, este seu filho exigiu partilhas e a parte da propriedade onde se inscrevia a casa, o chamado palácio Relvas, foi vendida à câmara municipal que aqui se instalou até que um incêndio em 1957 a destruiu. José Relvas mudou-se para Alpiarça onde construiu a Casa dos Patudos e Carlos Relvas e a sua mulher adaptaram o estúdio de fotografia a casa. 

JARDIM DA PORTA DO SOL

Acede-se a este jardim, na alcáçova de Santarém sobranceiro à lezíria do Tejo e sustentada por panos das antigas muralhas, a partir da rua 5 de Outubro resultante de um aterro que uniu dois morros. A rua desemboca no Largo das Alcáçovas, com a Igreja de Santa Maria da Alcáçova, fundada em 1154, à esquerda, a norte, e a nascente encontra-se um portal com grade de ferro que dá entrada ao jardim que ocupa a antiga alcáçova. A construção do jardim está intimamente associada à elevação de Santarém a cidade, em 1868, a que se seguiu a construção de um conjunto de equipamentos urbanos. O ajardinamento da alcáçova data de 1895, segundo o projeto de 1882 de João Fagundo da Silva (1840-?) embora a obra só tenha sido concluída na década de 1930.

Um eixo estrutura o jardim, no prolongamento da rua 5 de Outubro, a partir do portão até ao miradouro sendo este ensombrado por um renque de grandes plátanos. De ambos os lados existem diversos canteiros e o espaço está pontuado por um conjunto de árvores de grande porte como os plátanos e as araucárias, diversos equipamentos – alguns testemunhando tempos passados como alguns bancos com painéis de azulejo – e outros mais recentes. Do lado esquerdo encontra-se a estátua de homenagem à memória dos mortos da grande guerra, inaugurada em 9 abril de 1932, quinze anos depois da batalha de La Lys e da autoria do escultor Anjos Teixeira. Mais recentemente, em 1999, sobre a direita e já perto do mirante foi inaugurada uma estátua a D. Afonso Henriques da autoria de Soares dos Reis comemorativa da conquista de Santarém. O jardim encerrou ao público em 2008 para obras de recuperação que incluíram a construção de uma cafetaria e de um centro interpretativo da evolução de Santarém e mostra de achado arqueológicos – Urbi Scallabis – tendo ainda sido equipado com um pequeno anfiteatro ao ar livre e um parque infantil. 

JARDIM DO CASTELO DE CASTELO BRANCO

O castelo assenta sobre um esporão rochoso a 470 m de altitude sobranceiro à cidade, com vistas sobre a cidade, avistando-se a norte até às serras da Gardunha e da Estrela e a raia, a nascente. Este é mais um exemplo de um espaço defensivo que perdeu a sua função, mas foi apropriado pela população como o seu jardim público. Embora seja um lugar de ocupação muito antiga, o que hoje aqui encontramos tem a sua raiz no final do século XII aquando do início da sua construção que foi entregue à Ordem dos Templários. O castelo foi envolto por uma muralha de que ainda subsistem algumas partes e no seu interior foram construídos, entre outros, o palácio dos comendadores e também a igreja de Santa Maria do Castelo, provavelmente no século XIII. Deparamo-nos com séculos de sucessivas transformações tendo por aqui passado diferentes momentos bélicos até que, no século XIX, entrou em estado de ruína. 

Equipado com parque de merendas, sob um denso conjunto arbóreo em que prevalecem as espécies resinosas, é um destino de recreio local muito procurado e com uma impressiva carga histórica e patrimonial. Oferece diferentes circuitos, incluindo um pelas muralhas, e a igreja de Santa Maria do Castelo ocupa o centro. Do lado nascente sai uma escada íngreme ladeada de ciprestes que nos conduz até ao miradouro de São Gens, uma ampla plataforma arborizada na meia encosta sobre a cidade e a meia distância dos Jardins do Paço Episcopal

JARDIM DO PAÇO EPISCOPAL DE CASTELO BRANCO

É hoje o Museu Francisco Tavares Proença, inaugurado em 1971, próximo do Convento de Nossa Senhora da Graça. O seu jardim, monumento nacional desde 2018, está entre as peças mais apreciadas da arte dos jardins em Portugal e fazia parte de uma vasta propriedade agrícola.  Encontra-se na parte posterior do antigo paço que serviu de residência a vários bispos da Guarda e mais tarde aos de Castelo Branco até que, a partir de 1834, nas edificações nobres foram instalados vários serviços públicos e os jardins foram abandonados. Em 1911, os jardins foram entregues por arrendamento à Câmara Municipal que, mais tarde, os comprou. O jardim – também conhecido como de S. João Baptista – foi mandado construir, por volta de 1720, pelo bispo da Guarda, D. João de Mendonça (1711-1736), depois da sua chegada de Roma, onde viveu três anos. 

O jardim tem uma elevada carga simbólica e alegórica e pode ser visto como um verdadeiro jardim de esculturas. O seu programa teve certamente uma intenção pedagógica e é de alguma forma enciclopédico. Conforme hoje se visita, acede-se por uma entrada, introduzida por volta de 1935, seguida de uma escadaria. Seguem-se as três áreas principais armadas em terraços, delimitados por balaustradas e gradeamentos, articulados entre si por escadas. No terraço principal está instalado um jardim de buxo organizado em vários canteiros e com cinco tanques e um elevado número de estátuas, distribuídas com critério por diversos percursos iconográficos, tais como as Virtudes Teológicas, as Virtudes Cardeais, os Novíssimos do Homem, as Estações do Ano ou as Partes do Mundo. Lateralmente, encontra-se o jardim alagado com o seu surpreendente lago sobrelevados e com jogos de água e, finalmente, o plano superior com um enorme tanque encimado pela Cascata de Moisés que abastecia um complexo sistema hidráulico ao serviço do jardim. Outro aspeto distintivo do jardim são as escadarias dos Reis e dos Apóstolos que conduzem ao Passadiço que hoje permite aceder ao Jardim Municipal, outrora parte da quinta onde se encontrava o Bosque do Paço e as Hortas, e que foi recentemente requalificado.

JARDIM DO CASTELO DE ABRANTES 

Estende-se longitudinalmente à muralha sul do castelo, suportado por um pano de muralha, no chamado outeiro de São Pedro, e é um notável miradouro sobre Abrantes, o rio Tejo e a sua margem esquerda. Construído como um passeio público nos finais do século XIX, tem a sua porta de entrada junto à interseção da Rua Dom Francisco de Almeida com a Rua de São Pedro. Uma vez passada a entrada, o jardim estende-se ao longo de uma alameda-miradouro que tem ao centro um lago comprido envolto em canteiros com flores de estação, com uma casa dos cisnes e que remata num coreto e depois num mirante. A visita a este jardim reclama conhecer o interior do castelo. Continuando pela Rua Dom Francisco de Almeida, onde hoje existe um parque de skate, encimado pelas ruínas do palácio dos Alcaides ou Governadores, e contornando a muralha, acede-se à entrada no castelo, com as ruínas do palácio, a Igreja de Santa Maria do Castelo, atual Museu D. Lopo de Almeida, a Torre de Menagem e um miradouro sobe o vale do tejo a 360º. O jardim é também acessível através da ladeira do Quinchoso que ascende ao longo de uma encosta arborizada, um recente projeto do município de Abrantes.

MATA DOS SETE MONTES

Fica em Tomar, uma cidade fundada pelos Templários. Foi no ano de 1160 que D. Gualdim Pais iniciou a construção do castelo constituído por uma cintura de muralhas. Em 1319 D Diniz criou a Ordem de Cristo que foi herdeira das propriedades e privilégios dos Templários e que instalaram a sua sede em Tomar, em 1357. O Infante D Henrique passou a residir aqui e a administrar a Ordem de Cristo e com as suas rendas financiou os descobrimentos.  D. João III construiu o convento novo, Filipe I construiu 6 km de aqueduto … Um lugar repleto de história, singularidades, arte …. Associado ao castelo foi sendo edificado um vasto complexo monacal composto pela igreja, dependências conventuais e uma sucessão de claustros, com uma vasta cerca com 39 ha, ao longo do vale da Riba Fria. Depois da extinção das Ordens Religiosas, as propriedades da Ordem de Cristo foram vendidas em hasta pública a António Costa Cabral e só em 1938 é que foi adquirida pelo Estado que a transformou em parque florestal.

A cerca mantem a grande singularidade da sua integridade ao longo de quatro séculos, apesar das transformações que sofreu. Com entrada junto ao centro da cidade possui uma ampla área ajardinada, uma zona de hortas no tempo dos frades, sobre um eixo que leva ao ponto mais alto da cerca onde se encontra um tanque denominado o Tanque da Cadeira d’ El-Rei que foi alimentado pelo aqueduto de Pegões. Esta área ajardinada está envolta por encostas arborizadas percorridas por uma rede de caminhos e equipadas com zonas de merenda e circuitos de manutenção.

Quinta da Lagoalva de Cima

Na margem esquerda do rio Tejo, encontra-se a cerca de 5 km de Alpiarça. As suas origens são muito antigas. Foi terra da Ordem Militar de Santiago, na qualidade de comenda doada em 1193 pelo rei D. Sancho I ao Comendador-mor da ordem. No século XVIII, a Comenda da Lagoalva estava na posse da família dos Lavre, servidores da casa-real no tempo de D. João V, tendo passado por arrendamento, à família dos Lima, depois Lima-Mayer. Com a revolução de 1820 e a nacionalização dos bens nacionais e das ordens religiosas e militares, a Lagoalva foi posta à venda e adquirida em 1834 por ordem testamentária de Henrique Teixeira de Sampaio, 1.º Conde da Póvoa. Pelo casamento da sua filha com D. Domingos de Souza Holstein, 1.º Marquês do Faial, 2.º Conde do Calhariz e 2.º Duque de Palmela, a Lagoalva entrou na família e descendência Palmela até hoje.

A propriedade tem 660ha conciliando os terrenos férteis da lezíria e os terrenos secos da charneca. No seu centro está o palácio que remonta à época dos Lavre e Lima envolto por vastos e impressivos terreiros arborizados e rodeados de edifícios agrícolas articulados entre si. No terreiro norte, pegada à casa, fica a capela dedicada a São Pedro Apóstolo. Este terreiro remata num gradeamento com portão, a primitiva entrada da propriedade a partir do rio, e é antecedido por um notável conjunto rural onde outrora viviam os trabalhadores. O terreiro sul – o da atual entrada – tem uma enorme nora ao centro e pega com o terreiro nascente que dá acesso à zona de estrebarias, praça de touros e picadeiro. Aqui encontra um ambiente e uma paisagem inconfundivelmente ribatejanos com a sua arte própria de viver o exterior!

QUINTA DE SANTO ANTÓNIO

Fica próxima do rio Tejo e tem os seus terrenos nos concelhos da Golegã e da Chamusca onde se produzem cereais, hortícolas, azeite e pastam os cavalos da coudelaria. A quinta é a sede da Coudelaria Coimbra Castro Canelas, um importante centro de cultura equestre na Golegã. A primeira referência que se conhece da quinta data de 1674 e sabe-se que a casa foi várias vezes reconstruída com destaque para as obras levados a cabo na segunda metade do século XIX, sendo o seu proprietário João Amaro Mendes de Carvalho. A propriedade foi adquirida no princípio do século XX por João d’Assunção Coimbra (1866-1956), proprietário agrícola, e ainda hoje se encontra na posse de seus descendentes. 

Acede-se por um portal que dá para um pátio fechado com árvores tendo a casa com a sua capela dedicada a Santo António no enfiamento do portão. Os edifícios laterias do pátio são de uso agrícola sendo que um deles é o museu dos sócios da Associação Portuguesa de Atrelagem onde se encontram exemplos notáveis de carros de atrelagem. Atrás da casa, num patamar encontra-se um pequeno jardim murado virado a sul, e numa cota inferior surge novo patamar ajardinado. Daqui avistam-se os campos da quinta onde poderá eventualmente encontrar os cavalos da coudelaria. A poente dos dois patamares de jardins, por um caminho ao longo de um aqueduto, acede-se à zona das hortas, compartimentadas, e onde ainda persiste o antigo sistema de rega e o respetivo tanque. Com entrada num extremo da vila da Golegã, esta encantadora quinta com os seus pátios, terraços ajardinados, hortas e campos extensos, para não falar da forte cultura equestre, oferece-lhe uma simpática visita ao coração da Golegã!

Quinta do Casal Branco

Localiza-se na margem esquerda do rio Tejo, a sul de Almeirim, em terrenos que fizeram parte da coutada de Almeirim, constituída anteriormente à construção dos paços reais de Almeirim mandados construir por D. João I em 1411. A quinta mantém-se na posse da família Braamcamp Sobral Lobo de Vasconcellos desde 1775, o ano em que Anselmo José da Cruz Sobral (1728-1802) recebeu as terras da família real. O 2.º Conde de Sobral, D. Luís de Mello Breyner (1807-1876), pelo seu casamento com Adelaide Braamcamp Sobral de Almeida Castelo Branco, foi o fundador da coudelaria do Casal Branco. No início do século XX, a quinta sofreu uma profunda renovação por iniciativa de Manuel Braamcamp Sobral que introduziu maquinaria a vapor, novas castas de vinha, modernizou e ampliou a adega. 

É uma vasta propriedade que se desenvolve dos dois lados da estrada e está organizada em função de um eixo perpendicular a esta. A nascente da estrada, encontram-se os edifícios agrícolas que hoje também servem para o acolhimento dos visitantes. A casa, do lado poente da estrada, foi construída dentro de espaço murado e é envolta por extensos terreiros, laranjais, jardins de buxo, bosquetes e um espaço murado destinado a horta e pomar. Ao fundo de um caminho, encontra-se o pombal, uma estrutura notável referida como testemunho da prática antiga da falcoaria. O Casal Branco continua a ser uma referência quer nos vinhos quer na arte equestre, com terrenos na lezíria e na charneca, e o núcleo edificado agrícola e residencial é particularmente interessante e espelha bem a vivência ribatejana.

QUINTA DA BROA

Na Golegã tem origem na Quinta do Almonda, propriedade dos Condes da Ribeira Grande.  Parte da área encontra-se na Reserva Natural do Paúl do Boquilobo e é atravessada pelo rio Almonda, um afluente do rio Tejo, que outrora dava o nome à propriedade. Os Condes da Ribeira Grande eram descendentes de João Gonçalves Zarco, o navegador que em 1418 descobriu a ilha de Porto Santo.

Em 1829, a quinta foi arrendada por Rafael José da Cunha (1792-1868), que a adquiriu dois anos mais tarde, ao 8º Conde da Ribeira Grande e 1º Marquês da Ribeira Grande, Rafael José da Cunha, considerado “príncipe dos lavradores de Portugal” instalou aqui o centro da sua casa agrícola. A prosperidade foi tal que os pobres da região passavam a pedir esmola e Rafael da Cunha dava-lhes broa e daí o nome da quinta.  Rafael da Cunha deu início à sua coudelaria que é percursora do famoso puro-sangue lusitano e, à criação de gado bravo criando ganadaria própria. Uma sobrinha neta herdou a quinta e casou com Manuel Mendes da Veiga e desde então mantem-se na descendência da família Veiga. 

Acede-se por um portão que abre para um terreiro de enormes dimensões, arborizado, e rodeado por edifícios. À direita encontra-se o palácio. O terreiro dá acesso a vários pequenos terreiros. Os edifícios refletem bem a intensa atividade agrícola entre os quais se destaca a casa dos carros, com atrelagens, arreios e troféus vários, o picadeiro, a cavalariça e diversos armazéns. O terreiro envolto em edifícios está como que inscrito num recinto maior murado e sobranceiro aos campos, um fantástico miradouro sobre os campos do rio Almonda e onde pastam rebanhos e cavalos. A poente dos edifícios, existe um pequeno bosquete, para lá do qual se encontram ás áreas de pomares e hortas, hoje com outros usos, mas onde pontuam o aqueduto, a nora e tanques partes integrantes do sistema de rega de todo este espaço. Visitar a Quinta da Broa será sempre uma experiencia inesquecível!

SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DO ALMURTÃO 

Nossa Senhora do Almurtão em Idanha-a-Nova é um lugar de culto muito antigo já mencionado no foral de D. Sancho II. Lugar de continuada peregrinação até aos dias de hoje, emerge num. A estrada que nos leva até lá, já bem perto da raia, percorre uma paisagem de grande beleza e  isolamento.

 A ermida com a sua entrada alpendrada suportada por arcos abre para a imensidão da paisagem e é rodeada por amplos espaços de arraial, recentemente equipados com extensos telheiros de abrigo. A romaria realiza-se 15 dias depois da Páscoa.  O lugar faz reverberar na memória o cantar popular: “Senhora do Almurtão / Minha tão linda raiana / Voltai costas a Castela / Não queirais ser castelhana …  Senhora do Almurtão / a vossa capela cheira / cheira a cravos, cheira a rosas /cheira a flor de laranjeira …”.

SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DE MÉRCULES

Santuário medieval de origem Templária, envolto em lendas. A romaria remonta ao século XVI e a ermida de Nossa Senhora de Mércules foi sofrendo intervenções em diferentes momentos, mas a sua envolvente mantem a sua singularidade, singeleza e autenticidade.

A ermida foi construída no século XII pelos Templários num suave cabeço na periferia urbana de Castelo Branco e está envolta por extensos arraiais onde pontuam azinheiras e oliveiras centenárias de impressivas copas. Efetivamente já foi um lugar ermo, mas hoje insere-se na periferia da cidade. No entanto, a ermida mantem-se rodeada de amplos espaços que se enchem de festa e peregrinos na 3ª feira a seguir ao segundo domingo depois da Páscoa. 

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