Ornamentais

Orquídeas, cultivo em cestos

Saiba que benefícios pode trazer para uma planta o cultivo num cesto em vez de um vaso.

Grande parte das orquídeas, como aqui já referi por diversas vezes, são plantas epífitas, vivem agarradas a troncos, ramos e por vezes até nas folhas das árvores. Não são plantas parasitas, utilizam as árvores somente como suporte. Quando as minúsculas sementes das orquídeas são transportadas pelo vento, muitas ficam nas cascas das árvores ou nos musgos que cobrem as árvores e aí germinam e se desenvolvem se as condições forem propícias.

Para um orquidófilo, além do cultivo em vasos, a opção de manter as plantas “montadas”, ou seja, agarradas a troncos ou pedaços de cortiça, é viável desde que as plantas não tenham tamanhos muito grandes. Uma miniatura ou uma planta pequena é fácil de ser colocada numa placa de xaxim ou cortiça, mas não podemos dizer o mesmo de uma planta de porte médio ou grande.

Não se torna prático e o sucesso do cultivo de uma planta de maior tamanho pode estar comprometido. Assim, inventaram-se os cestos. Existem cestos de plástico, de madeira, de arame com revestimentos de fibra de coco ou de musgo. Podemos escolher o tamanho, a forma. Há uma grande diversidade de opções.

O princípio de cultivo é o mesmo do que nas plantas montadas. A colocação de uma planta num cesto permite que as suas raízes beneficiem de um maior arejamento, semelhante ao que teriam se estivessem na natureza, a crescer numa árvore. Mas não se esqueçam que uma planta num cesto pode secar mais rapidamente do que uma planta num vaso.

Que cesto escolher?

É tudo uma questão de preferência de quem está a cultivar. Para a planta, não importa se o cesto é metálico, de madeira ou de plástico .O efeito é o mesmo e o importante será mesmo o substrato que utilizamos.

No entanto, a opção de cultivo em cestos é muito importante para as orquídeas cujas florações aparecem em cachos pendentes ou, mais importante ainda, para orquídeas, como é o caso, por exemplo, das Stanhopea e das Acineta, cujas flores aparecem pela parte inferior da planta, no meio das raízes.

Essas orquídeas terão de ser cultivadas em cestos abertos por baixo, de modo a deixar passar as hastes florais. Num vaso fechado, corremos o risco de nunca lhes vermos as flores.

Escolha do substrato

Podemos utilizar um substrato para orquídeas epífitas, que consiste numa mistura de casca de pinheiro (1 a 2 cm) com fibra de coco grada, com o mesmo tamanho. Podemos, depois, para aumentar a drenagem, misturar também um pouco de leca e/ou carvão vegetal

para plantas, também em pequenos pedaços. Para quem vive em locais mais húmidos e rega com bastante frequência, será esta a mistura ideal; para quem vive em locais muito secos ou quem tem tendência a regar menos, aconselho a juntar pedacitos de musgo de esfagno à mistura ou talvez um pouco de perlite. Tanto o musgo como a perlite têm o poder de absorver mais água, ficando então o substrato húmido durante mais tempo.

Muitas vezes também coloco, antes de pôr o substrato, uma camada de musgo de esfagno. Ao fazermos essa “cama” de musgo, estamos a prevenir que o substrato caia por entre os buracos do cesto e ao mesmo tempo a aumentar a humidade do substrato na parte mais afastada da planta. Plantar uma planta em cesto, é fácil.

Coloca-se a camada (2 cm) de musgo de esfagno já húmido no fundo, seguido de um pouco da mistura que vamos utilizar como substrato e depois posicionamos a planta de modo a ficar espaço para a planta crescer.

Enche-se o espaço à volta da planta com substrato, certificando-se de que a planta fica firme, sem balançar. Em poucos meses a planta emitirá raízes novas que se fixarão ao cesto. Quando estiver estabelecida, a planta está pronta a florir.

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