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Uma visita à Serra da Estrela com o cinema como paisagem

club zero cineeco

 

A cidade de Seia, na porta da Estrela, é palco, de 5 a 13 de outubro, da 29.ª edição do CineEco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela. O festival inicia a uma quinta-feira e contempla, pela primeira vez, um fim de semana inteiro de programação cinematográfica de ambiente – o pretexto perfeito para aliar o cinema a um passeio pela montanha, falar com os realizadores e viver in-loco a grandiosidade e singularidade do património natural e cultural da serra da Estrela.

Até 2022, o CineEco decorria, essencialmente, durante os dias de semana, não sendo os dias mais favoráveis para o turismo. O mês de outubro é, normalmente, uma época baixa a nível de turismo na serra da Estrela.

Para inverter esta situação e captar turistas para a região, nesta edição do festival a organização alterou as datas do mesmo de forma a abranger um fim de semana inteiro com uma programação cinematográfica que qualquer turista pode incluir na sua visita à maior montanha de Portugal Continental.

Nesse fim de semana de visita a Seia e à serra da Estrela, destacamos na sexta-feira dia 6 de outubro às 21h30m, o filme Le Règne Animal, exibido no Festival de Cannes 2023, com os franceses Romain Duris (Albergue Espanhol) e Adèle Exarchopoulos (Azul é a cor mais quente). A história decorre num futuro próximo, em que um fenómeno misterioso atinge a humanidade e mutações inexplicáveis transformam gradualmente parte da população em híbridos humano-animal. François e o seu filho Emile, de 16 anos, embarcam numa busca desesperada pela sua mulher, Lena, que desapareceu. Enquanto François se agarra ao passado da família, perde progressivamente o controlo sobre Emile, que começa a notar transformações no seu próprio corpo, deixando o seu destino cada vez mais incerto. Mas, à medida que se liga secretamente a criaturas, Emile abre os olhos para a sua humanidade, deixando-o a ele e ao seu pai mudados para sempre.

 

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No sábado dia 7 de outubro pelas 21h30m está em exibição o filme Club Zero, que integra a competição oficial do Festival de Cannes 2023, realizado por Jessica Hausner (já premiada no Festival de Veneza) e conta com a participação de Mia Wasikowska (Alice no País das Maravilhas). O filme retrata Miss Novak que integra a equipa docente de um colégio interno internacional para dar uma aula sobre alimentação consciente na qual explica que comer menos é saudável. Os outros professores demoram a inteirar-se do que está a suceder e, quando os pais distraídos começam a perceber, o Club Zero já se tornou uma realidade.

E no domingo de manhã, dia 8 de outubro pelas 11h00m, temos um filme de animação para toda a família, O Segredo dos Perlimps, realizado pelo brasileiro Alê Abreu, que foi nomeado para Óscar de Melhor Longa de Animação por O Menino e o Mundo (2016). Uma animação com Claé e Bruô, dois guerreiros de reinos rivais, que partilham a mesma missão: salvar a floresta mágica da ameaça das máquinas mortíferas. Para o conseguirem terão de ultrapassar as suas diferenças e encontrar os Perlimps, as criaturas mágicas e misteriosas que se escondem nas profundezas da floresta.

O CineEco destaca, ainda, a sessão de encerramento do festival, no dia 13 de outubro às 21h30m, com o filme Ácido de Just Philippot, um thriller que nos leva para um mundo à beira do abismo, onde uma rapariga e os seus pais têm de unir esforços para tentarem escapar à catástrofe climática.

Nesta edição, o Festival conta com a presença de mais de 20 realizadores  que apresentarão os seus filmes no dia da sua exibição, destacando-se: Bruno Jorge, realizador de A Invenção do Outro, filme em competição na categoria Longas-Metragens em Língua Portuguesa; Juanjo Rueda, realizador de Caballo de Espuma, filme em competição na categoria Internacional de Curtas e Médias-Metragens; e de Miguel Moraes Cabral, realizador de As Lágrimas de Adrian, também em competição na categoria Internacional de Curtas e Médias-Metragens.

O Painel de Jurados conta com um conjunto de pessoas com ligação ao cinema e/ou ao ambiente. 

O júri da Competição Internacional de Longas-Metragens é composto por: Camilo Cavalcante, produtor, guionista e realizador; Inês T. Alves, realizadora e produtora cultural (vencedora do prémio Camacho Costa e do prémio da Juventude do CineEco 2022, com a sua primeira longa-metragem documental “Águas do Pastaza”; e Sérgio Bordalo e Sá, investigador integrado, desde 2015, e coordenador do pólo do INET-md na FMH (desde 20233).

Por seu lado, o júri das competições Internacional de Curtas e Médias-Metragens e Panorama Regional é constituído por: Cristina Mota, cofundadora da distribuidora Nitrato Filmes; Miguel Soares, jornalista, realizador e autor de programas e podcasts na rádio; e Nuno Barros, biólogo e representante da LIPOR, patrocinador principal do CineEco.

Já o júri das competições de Longas-Metragens e Curtas Metragens em Língua Portuguesa conta com: Caterina Cucinotta, professora auxiliar convidada na Faculdade de Ciências da Comunicação da Universidade Rey Juan Carlos de Madrid; Daniel Pinheiro, realizador português especializado em História Natural; e a icónica atriz de Verdes Anos, Isabel Ruth.

Ainda durante o festival e estendendo-se até 30 de novembro, estarão patentes duas exposições na Casa Municipal da Cultura de Seia. 

Fogo Frio, uma exposição-jogo para crianças, jovens e adultos, fala-nos sobre a prevenção de incêndios.

Hoje em dia, os incêndios rurais são um dos maiores problemas ambientais, colocando em perigo os espaços naturais, pessoas e seus bens. Em Portugal, os incêndios são recorrentes, como é natural no mediterrâneo com invernos chuvosos e verões secos. Anos muito secos, com ondas de calor e muito vento podem levar a eventos catastróficos como nos anos de 2003, 2005 e 2017.

Torna-se, assim, imprescindível prevenir. O fogo tradicional (queimas e fogo pastoril), bem como o fogo controlado, ajudam na prevenção por diminuírem a carga de vegetação e criarem mosaicos (descontinuidades de vegetação).

Geografias de Ficção é uma exposição criada especialmente para o CineEco, no âmbito do projeto FILMar, da Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema.

Observa as falsas relações entre paisagens unidas pelo cinema, em tempos e sobre lugares que, podendo ser os mesmos e reconhecíveis, são já duplamente passado: porque a paisagem foi fixada, contrariando a sua permanente mutabilidade; porque sobre elas se impôs uma narrativa, ponto de chegada de um olhar que, depois, passou a ser contado de outra modo.

A exposição reúne um conjunto de materiais diversos – fotografias, cartazes, desenhos, programas, objetos – de relação com os filmes citados, mas usando-os para criar linhas geográficas e temporais que refletem sobre como podemos olhar para um país e observar a sua corporalidade fílmica. É uma exposição sobre as narrativas das quais partimos para viver na paisagem, inventando espaços para lá do que foi filmado. É um exercício de imaginação sobre o país enquanto paisagem, do mar ao interior, por entre rios e saltando as margens, construindo-se a partir daquilo que os filmes não são: imagens fixas e materiais.

Comissariado: Tiago Bartolomeu Costa

Produção: CineEco/Município de Seia e FILMar/Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema

O FILMar é um projeto operacionalizado pela Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, no âmbito do programa EEAGrants 2020-2024, dedicado à inventariação, digitalização e difusão do património fílmico relacionado com o mar.

 

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