Pragas e Doenças

Afídeo negro das favas

Uma praga comum e que prejudica muito a cultura da favas, feijão e ervilha. Saiba quais são as principais características desta praga e como combatê-la.

Praga

Nome comuns: Afídeo negro da fava, afídio negro do feijão, pulgão negro das favas, piolho das favas.

Nome científico: Aphis fabae Scopoli

Características

É um inseto pequeno (1-5mm de comprimento), em forma de pera, de cor negra, de corpo mole e longas patas e antenas. As assas são transparente e com “veias” escuras. Vive em colónias, na página inferior das folhas.

Modo de Propagação

Embora tenham asas, não são grandes voadores e aproveitam os ventos e correntes do ar para percorrerem centenas de quilómetros e contaminarem outras plantas.

Ciclo Biológico

Os ovos duráveis, são postos no outono, sobre as plantas hospedeiras ou caules lenhosos. Nestes hóspedes primários estes insetos, cumprem varias gerações desde março até maio. Depois de nascerem em abril a geração seguinte reproduz-se por partenogénese, resultando uma descendência feminina que não precisa de acasalar e reproduzem-se continuamente, gerando muitas ninfas (que atingem o estado adulto em 1-2 semanas). Os afídios podem reproduzir-se durante todo o ano e se o clima for quente as fêmeas sem assas, podem passar o Inverno nas plantas.

Plantas mais sensíveis

Fava, feijão, ervilha e também algumas plantas ornamentais.

Danos

Os ataques, podem verifica-se nos rebentos novos dos ramos e nas folhas (mais comum), mas também podem atacar caules, raízes e flores. O pulgão, suga a seiva continuamente, injetando toxinas que vão “enrolar e curvar” e provocar necroses nas folhas, amarelecimento da planta e atrofia e deformação nas flores. O excesso de água e açúcar sugado pelos afídios, é excretado, em forma de uma melada doce, que atrai as formigas que se alimentam dela. Assim as formigas são uma “guarda protetora” das colonias de afídios lutando contra os predadores e parasitas.

As plantas muito atacadas têm um desenvolvimento reduzido, podendo gerar a “fumagina” que cobre as folhas impedindo que estas elaborem a fotossíntese. O inseto também é perigoso, pois pode ser um vetor ou transmissor de mais de 30 vírus, sendo os mais conhecidos: mosaico amarelo do feijão (BYMVN), amarelo da beterraba (BYV), Mosaico amarelo da abobrinha (ZYMV) e a Sharka (“Plum pox virus”, PPV).

Épocas de combate: Março-julho

Combate biológico

Prevenção/aspetos Agronómicos

Eliminar as plantas espontâneas; diminuir ao máximo a adubação azotada; eliminar a haste terminal da faveira; utilizar plantas repelentes como: hortelã pimenta, alho, cebola, coentros, tagetes, urtigas e Nasturtiums (Trapaeolum majus); regar as folhas por aspersão; aplicar placas amarelas autocolantes

Luta química biológica (inseticidas de origem vegetal)

Sabão de potássa: Dissolver em 5 litros de água, 200g de sabão azul (ou potassa) e 100ml de oleo (de girassol, milho ou azeite), mexer sempre. No final misturar mais 5 litros de água.

Macerado de urtiga (Urtica dioica): Colher 250 gr de folhas e caules frescos, macerar e deixar 4 dias em 20 litros de agua e depois, dilua o macerado em 10 litros de água e trate a planta.

Preparado de alho: Rale 10 dentes de alho com varinha mágica, junte 2 litros de água e deixe repousar 24 horas, depois coe e junte mais 5 litros de água e pulverize as plantas.

Infusão de folhas do tomateiro: Ferver 250 g de folhas e caules em 2 litros de agua deixe arrefecer e aplique nas plantas atacadas. Também se pode colher 0,5 Kg das pontas terminais do tomateiro + 1 litro de álcool e macerar durante 8 dias, depois filtra-se o preparado e dilui-se em 40 litros de água.

Óleo de coentros: Dos frutos, se extrais um óleo essencial, tóxico para os afídios e utiliza-se uma emulsão de óleo 2% em pulverização.

Confrei (Symphytum officinalis): 1 kg de folhas com 2 litros de água, deixar em infusão 10 dias, coar e misturar mais 10 litros de água.

Existem ainda outros como: Água de cozer batata-doce; infusão de tanaceto; Rotenona (Raizes da Derris elliptica), piretrinas naturais de 0,25%, 0,5% e 4% (pó de flores secas do Chrysanthemun cinerariifolium, C . coccineum ou Tanacetun cineraiifolium); quassia (Quassia amara); Neem ou Nim (folhas ou sementes de Azadirachta indica)

Óleos inseticidas: Aplicam se os chamados óleos de verão com 75% ou 85%

Luta biológica

Com parasitoides: Aphidius matricariae, A. colemani, Lipolexis gracilis, L.fabarum, L.testaceipes, Praon volucre, Troxys acalephae e T. angelicae.

Predadores: Com várias espécies de coccinelideos, Adalia bipunctata e Coccinella septempunctata (joaninhas de 2 e 7 pintas), muitas espécies de sirfídeos (pequena vespa – ex Sirphus ribesii, Episirphus balteatus, Scaeva pyrastri, S. selenitica, Sphaerophoria scripta, etc.), Crisoopídeo (Chrysoperla carnea), Dipteros (Aphidoletes aphidimyza e Leucopsis sp), acaros (Erythraeidae) fungos entomoparasitas (Lecanicillium lecanii).

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