Pragas e Doenças

Blissus insularis, o percevejo-do-sul

Conheça esta praga que ataca as gramíneas nomeadamente em relvados.

O Blissus insularis também conhecido por percevejo-do-sul, é um pequeno inseto que pertence à ordem Hemiptera e à família Blissidae, sendo atualmente uma das pragas mais importantes na relva-de-santo-agostinho. Nos países onde está presente, é considerado uma praga de difícil controlo e com elevados custos associados, quer seja pela via da aplicação de inseticidas quer seja pela substituição de manchas de relva danificada.

Hospedeiros

Trata-se de uma praga que afeta uma grande variedade de gramíneas usadas como cobertura de solo, nomeadamente em relvados. Entre estas variedades destaca-se a relva-de-santo-agostinho (Stenotaphrum secundatum), uma gramínea muito usada em paisagismo. A B. insularis é a única espécie do género Blissus que se conhece como praga da relva-de-santo-agostinho. Existem, contudo, outras variedades de gramíneas igualmente suscetíveis a esta praga tais como a Cynodon, a Agrostis, a Poa, Lolium, a Festuca, a Digitaria e a Zoyisia.

Distribuição geográfica

O Blissus insularis é oriundo do sul dos EUA. Na Europa, apenas está identificado em Portugal, sendo assim uma praga de quarentena. Identificado em Portugal em 2019, embora com uma distribuição restrita, a sua presença foi confirmada na Região de Lisboa e Vale do Tejo, nos distritos de Lisboa e Setúbal, em relvados que apresentavam sintomatologia suspeita, indicando assim que este percevejo já se encontraria estabelecido e disperso pela região.

Morfologia

Os adultos do género Blissus são insetos pequenos medindo até 4 mm de comprimento e aproximadamente 1 mm de largura. A sua coloração geral é escura a preta, sendo as asas pretas e esbranquiçadas e as pernas amarelo-avermelhadas, muitas vezes com tonalidades alaranjadas. A cabeça é geralmente mais estreita do que o pronoto, com o rostro longo e segmentado, e as antenas são longas e finas, sendo constituídas por quatro segmentos.

As fêmeas são ligeiramente maiores que os machos e exibem uma fenda abdominal onde se localiza o ovipositor. A envergadura dos imagos é bastante diversa, podendo existir indivíduos com asas longas, nos quais as asas atingem quase o final do abdómen, e indivíduos com asas curtas, em que as mesmas se estendem por menos da metade do comprimento do abdómen.

Sintomatologia

Sendo um inseto com armadura bocal picadora-sugadora, ninfas e imagos alimentam-se ambos de seiva elaborada nos caules da planta entre a folhagem e a primeira camada de solo, levando à murchidão e gradual aparecimento de cloroses amareladas, nanismo e morte de plantas danificadas, culminando com o aparecimento de manchas de relva morta.

Os principais sintomas da presença do B. insularis são, pois, a murchidão, a redução de desenvolvimento das plantas, as cloroses e marcas de alimentação do inseto na página inferior e a morte das plantas. Inicialmente, em relvados atacados, os danos circunscrevem-se a pequenas manchas circulares secas, que posteriormente alastram, podendo levar à completa destruição do relvado. Em zonas ensolaradas, os relvados apresentam maiores danos.

Controlo

Tratando-se de uma praga recente em Portugal cujo ciclo de vida ainda não está identificado, as medidas de controlo não se encontram ainda estabelecidas, não havendo, portanto, fitofarmacêuticos homologados. Como medida preventiva, recomenda-se que as aplicações de fertilizantes azotados sejam ponderadas e bastante moderadas, uma vez que facilitam a alimentação da praga.

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