Pragas e Doenças

Como eliminar as térmitas

Uma praga que pode atacar árvores e arbustos principalmente em jardins antigos.

As térmitas são espécies de insetos muito comuns na região mediterrânea. As térmitas são insetos sociais, altamente organizados e com diferentes hierarquias entre as suas classes sociais.

Principais famílias de térmitas

Em Portugal, consideram-se duas grandes famílias de térmitas: as Kalotermitidae, vulgarmente designadas por térmitas da madeira seca, e as Reticulitermitidae, conhecidas como térmitas subterrâneas.

Térmitas da madeira seca

Morfologia

As larvas esbranquiçadas e translúcidas possuem aproximadamente 1 mm de comprimento. Os exemplares soldados apresentam cerca de 5 mm de comprimento e o tórax e abdómen pálidos, sendo a cabeça mais escura. Os adultos podem ser observados até 7 mm de comprimento e até 11 mm de envergadura quando alados.

Hábitos

Constroem as suas colónias na madeira, podendo ocorrer quer em infraestruturas nos edifícios ou mesmo em mobiliário. Paralelamente atacam também espécies arbustivas e arbóreas vivas tais como hortências, videiras, pinheiros, ciprestes, salgueiros, entre outras. As suas colónias vão-se desenvolvendo multilateralmente à medida que consomem a madeira, sendo comum as galerias unirem-se e criarem todo um espaço oco, podendo a madeira exteriormente aparentar estar saudável.

Ecobiologia

Os imagos alados emergem e, após um breve voo, pousam e libertam-se das asas. Uma vez efetuada a atração sexual do macho pela fêmea, ambos buscam um local adequado (uma cavidade num tronco de madeira seca) para iniciar uma galeria. Unicamente após o término do ninho ocorre a cópula. O desenvolvimento da colónia pode ser bastante lento uma vez que a rainha pode não gerar mais do que três ou quatro larvas no ano inicial da colónia. As larvas sofrem o respetivo desenvolvimento e nos adultos tornam-se obreiras, soldados ou aladas.

Térmitas subterrâneas

Morfologia

Os indivíduos podem medir 5-10 mm de comprimento, com os seus corpos largos e brancos e cabeça acastanhada.

Hábitos

Constroem as suas colónias em solos húmidos. As térmitas têm por hábito fazer os seus percursos acima do solo, geralmente em tubos de terra devido à elevada sensibilidade à desidratação, para alcançarem madeiras ou outras fontes de celulose para a sua alimentação.

Ecobiologia

Contrariamente às térmitas da madeira seca, as rainhas das térmitas subterrâneas podem depositar milhares de ovos num único dia. O rei é apenas ligeiramente maior do que as térmitas médias e continua a acasalar com a rainha durante toda a vida. A conjugação destes dois factos permite que as colónias destas espécies sejam bastante extensas. Os machos da colónia morrem após a cópula, mas as térmitas macho aladas tornam-se reis e vivem com as rainhas.

Danos

Sendo as térmitas uma praga xilófaga, decompositora da madeira, os seus danos verificam-se a dois níveis: em madeira estrutural e de mobiliário; e em madeira de plantas vivas. Ao nível das madeiras estruturais, verifica-se uma enorme redução das suas propriedades físicas, sendo que as mesmas se tornam altamente debilitadas, não cumprindo os fins para os quais forma empregues. No que respeita a mobiliário, verifica-se grande parte das vezes não só a redução estrutural das peças, mas também a abertura de fendas, o empeno das mesmas e a dificuldade na abertura e no fecho de portas e/ou janelas em virtude da humidade retida nas cavidades. Relativamente às madeiras vivas, verificam-se dois tipos de danos.

Em espécies lenhosas, nomeadamente árvores, verifica-se a degradação da celulose e lenhina envolventes conduzindo assim a uma perda de sustentabilidade e flexibilidade dos órgãos vegetais afetados, normalmente a parte basal do tronco. Se os ataques se verificarem em espécies sublenhosas, os danos são sobretudo ao nível da redução da capacidade da raiz em fornecer seiva bruta em quantidade suficiente às folhas para a realização da fotossíntese, em virtude da redução de vasos condutores, e com as respetivas consequências de todos os processos fisiológicos a jusante.

Controlo

Atualmente, em espaços verdes, a instalação de um sistema de armadilhagem no solo constitui uma das melhores soluções no controlo de térmitas. Este sistema possui uma ação lenta, mas que permite o controlo da colónia mediante a utilização de um isco alimentar impregnado com uma diflubenzurão, que, uma vez ingerido pela térmita transfere os seus efeitos negativos à restante colónia até à sua erradicação. O estudo do espaço é a fase mais importante do processo, pois permite analisar os fatores que proporcionaram o ataque da praga. A instalação pode ocorrer em qualquer período do ano, ainda que para obter resultados imediatos seja aconselhável a sua realização durante a primavera, pois trata-se do período em que a térmita apresenta uma maior atividade. As armadilhas deverão ser espaçadas linearmente até cinco metros de distância entre elas cobrindo de forma homogénea o espaço a preservar.

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