Em 2019, o tema escolhido foi a Colômbia, país com a maior biodiversidade de todo o mundo e com o maior numero de espécie nativas.
Acontece todos os anos, no frio mês de fevereiro, na estufa Princess of Wales (Princesa de Gales), nos Jardins de Kew.
E como nunca digo que não quando me propõem ir a Inglaterra, reuni uns amigos e fomos admirar esta festa que nesta edição celebra a biodiversidade da Colômbia, um destino que irei conhecer mais para o final deste ano.
Com pontualidade britânica, o grupo chegou poucos minutos antes de os portões do jardim abrirem ao público e, com os bilhetes pré-comprados, dirigimo-nos imediatamente para a estufa onde a exposição das orquídeas estava a decorrer.
Tínhamos sido avisados das grandes filas que se formam para assistir a este espetacular evento visto por milhares de londrinos e não só. Só por si a estufa da Princesa de Gales tem muito para se ver, mas o que nos esperava era, de facto, uma fantástica celebração do colorido e da espantosa diversidade biológica da Colômbia.
Colômbia
Por que escolheu Kew este país da América do Sul? Porque é o país com a maior biodiversidade de todo o mundo e o país com mais espécies de orquídeas nativas.
Só na Colômbia estão registadas 4270 espécies de orquídeas que crescem nos vários habitats que podemos encontrar naquele país, desde florestas tropicais e chuvosas, altas montanhas e rios sinuosamente misteriosos a praias paradisíacas e tantos outros cenários naturais que espero em breve visitar.
O Festival de Orquídeas
Para os menos atentos, esta exposição não seria mais do que um espetáculo floral onde a grande utilização de Phalaenopsis, Vandas e Dendrobium (orquídeas não nativas da Colômbia) conseguiria certamente deslumbrar, mas também talvez confundir os visitantes.
Era preciso uma observação mais atenta, com a leitura das placas informativas ao longo do trajeto para descobrir então a Colômbia e compreender que o uso maciço dessas orquídeas não nativas não era mais do que a “tinta” que pintava as belas apresentações colombianas.
E estava tudo lá, os típicos burros com os alforges, neste caso, de orquídeas, os tucanos a voar sobre os rios e lagos onde nadavam tartarugas de carapaças feitas de bromélias, as preguiças penduradas em lianas e rodeadas de orquídeas-baunilha (das cerca de 100 espécies de Baunilhas, a Colômbia tem 22, explicava um cartaz), as estátuas de ouro do El Dourado, os golfinhos a saltar num repuxo colorido de Dendrobium e tanto mais para se ver.
As espécies originárias da América do Sul também estavam representadas, neste caso, espécies mais raras e da coleção dos Kew estavam em exposição num espaço vedado, podendo ser observadas através de um vidro: ali estavam belíssimas Lycaste, Epidendrum, Stelis, muitas Oncidiinae e claro, não podia mesmo faltar, a Cattleya trianae, a flor nacional da Colômbia.
Depois deste festival, com longas filas a formarem-se lá fora pois só podia entrar um certo número de pessoas de cada vez dentro da estufa, o grupo de portugueses, deliciado, espalhou-se pelos vários hectares que constituem os Reais Jardins Botânicos de Kew, com diversas outras exposições, estufas e muito mais para ver naquele dia bonito de quase primavera
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