O Prémio Nacional da Paisagem 2022 foi atribuído, em Cerimónia Pública no passado dia 12 de dezembro, à candidatura apresentada pelo Município da Lousã, «Aldeias da Serra da Lousã – Onde as aldeias soam a único».
O Júri considerou o projeto exemplar ao nível das políticas e medidas desenvolvidas que, ao longo do tempo, permitiram a recuperação do património edificado e revitalização das aldeias, atribuindo-lhe novas funções que evitaram o seu abandono e declínio. Reconheceu tratar-se de um projeto com um histórico de vinte anos de trabalho, marcados por uma liderança política e técnica raras e que mostra agora a pretensão de pretender evoluir no sentido da criação de uma Paisagem Protegida, iniciativa que vai ao encontro do objetivo maior das metas das políticas europeias para 2030 no âmbito da conservação da natureza e da biodiversidade.
Foram ainda atribuídas menções honrosas às candidaturas:
«Montalegre – Uma Ideia da Natureza! I Paisagem Agro-Silvo-Pastoril no Parque Nacional da Peneda-Gerês», apresentada pelo Município de Montalegre, pela qualidade da paisagem e pela abordagem à gestão de um território agro-silvo-pastoril que se mantem vivo e que integra atividades que garantem a manutenção de uma paisagem produtiva, tradicional, de grande qualidade cénica e com importante contribuição para a manutenção dos serviços dos ecossistemas. Trata-se de uma candidatura que envolve os aspetos agro-silvo-pastoris, mas também a própria comunidade existente, num processo que é integrador do ponto de vista social.
«Renature Monchique», apresentada pelo GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente. O Júri reconheceu a qualidade e inovação da iniciativa e as medidas previstas no projeto, com foco na recuperação de uma paisagem ardida, apresentando uma proposta para um problema atual. O projeto tem subjacente uma filosofia participativa, que visa apoiar os proprietários privados afetados, apoiando a implementação de ações de reflorestação associadas a uma campanha de sensibilização, seguida de um trabalho de monitorização e apoio à gestão, procurando assim garantir a melhor condução possível dos povoamentos e o sucesso das novas plantações.
«Da Serra d’Agra à Foz do Âncora – A singularidade de uma paisagem entre o Minho e o Lima», apresentada pelo Município de Caminha e que tem como entidades parceiras os Municípios de Ponte de Lima, Viana do Castelo, Vila Nova de Cerveira e Comunidade Intermunicipal do Alto Minho. O Júri reconheceu no projeto uma iniciativa inspiradora, tendo subjacente o estudo e conhecimento da paisagem, integrando uma dimensão participativa relevante e uma boa divulgação. A implementação do projeto permitiu criar uma estratégia de valorização do património paisagístico enquanto elemento diferenciador de elevado potencial, associada a um modelo intermunicipal de gestão conjunta, afigurando-se que tal estratégia possa ser percursora da criação de uma Paisagem Protegida.
A 4ª edição do Prémio Nacional da Paisagem registou a receção de 22 candidaturas, dezassete da iniciativa municípios, duas provenientes de Associações de Municípios, duas de Organizações Não Governamentais e uma de uma Região Autónoma.
O vencedor deste prémio será o candidato nacional ao Prémio da Paisagem do Conselho da Europa 2023, que tem por objetivo distinguir a implementação de uma política ou de medidas (de proteção, gestão e/ou ordenamento da paisagem) sustentáveis e que constituam uma boa prática de sensibilização e participação pública.
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