Pragas e Doenças

Processionária-do-pinheiro

Saiba como combater esta praga que pode conduzir à morte dos seus pinheiros.

Praga (nome comum)

Processionária-do-pinheiro ou lagarta-do-pinheiro

Nome científico

Thauetopoea pytiocamp Schiff

Características

É uma praga, das plantas florestais, em especial das zonas mediterrâneas. É uma lagarta peluda, de cor cinzenta-ardósia no dorso, amarela no ventre e acastanhada nos flancos.

Mede 9-30 mm de comprimento. A borboleta possui corpo comprido, amarelo, asas posteriores brancas e anteriores cinzento-acastanhadas.

Ciclo biológico

No verão, os adultos voam e acasalam, colocando os ovos (100-200 ovos) nas agulhas dos pinheiros.

O macho acaba por morrer um ou dois dias depois de acasalar e a fêmea morre depois de colocar os ovos. Passados 30-45 dias, nascem as larvas que demonstram um instinto gregário muito elevado.

As larvas podem alimentar-se das folhas, desde julho-outubro e vão construindo um ninho de seda provisório, para se refugiarem.

No 3.º estádio larvar, abandonam o ninho e formam os ninhos de inverno (assim que as noites comecem a ficar frias), onde se refugiam no 4.º estádio, saindo apenas para comer à noite e tecer o exterior do ninho que se situa na zona mais soalheira.

A meio ou no fim do inverno (janeiro-abril), as lagartas passam ao 5.º estádio larvar e abandonam o ninho. Depois, dirigem-se em procissão (origem do seu nome) para o solo, onde se enterram à profundidade de 16-19 cm, para passar à fase de pupa, podendo entrar em diapausa durante alguns anos ou dar origem a borboletas no verão (julho-agosto).

Se o inverno começar seco e com temperaturas altas para a época, em janeiro-fevereiro, já a maioria das lagartas se encontra no solo.

Plantas mais sensíveis

Pinheiros, cedros e em Portugal já foram observados ataques em Pseudotsugas (Pseudotsuga menziesii).

Danos

Desfoliação das árvores (roem a margem das agulhas) com alguma voracidade desde agosto-inverno, levando ao enfraquecimento do vigor das árvores mais velhas e podendo matar as mais novas.

A construção dos ninhos nas extremidades dos ramos (pequenas teias de seda do tamanho de uma cabeça humana) pode fazê-los vergar e mesmo parti-los. Existe, pois, uma grande perda na produção lenhosa.

As árvores ficam mais fracas e sujeitas a ataques de parasitas secundários. Em relação aos humanos, estes não devem tocar nas lagartas e respirar a poeira dos pelos urticantes que existe nos ninhos.

Pode produzir graves inflamações nas vias respiratórias e provoca comichão e inchaços dolorosos ao toque.

Os pelos urticantes podem libertar-se e causar perturbações em animais como cães, gatos e cavalos, chegando a causar a necrose da língua ou mesmo a morte.

Combate biológico

Prevenção: No inverno, cortar e queimar os ramos com ninhos — os dias de chuva e nevoeiro são melhores para evitar a ação urticante dos pelos (usar sempre o fato protetor de aplicação de pesticidas); colocar cintas de 0,5 m (armadilha) no tronco na primavera; colocar armadilhas com feromonas no verão (julho-agosto); realizar uma fresagem (16-19 cm de profundidade) para colocar as crisálidas que estão no terreno exposto às condições atmosféricas; cavar o solo, junto dos “pés” dos troncos para destruir as crisálidas (operação morosa e dispendiosa); apanha de ovos, que se podem detetar devido à sua cor castanha, abraçando duas agulhas, depois cortar as folhas ou colher à mão com luvas (julho-agosto); não podar excessivamente as árvores afetadas.

Pesticidas biológicos: Aplicar Neem.

Luta biológica: Aplicação de BTK (Bacillus thuringiensis var. Kurstaki), desde agosto até outubro. Existem alguns parasitoides, como a Pryxe caudata e V. brunnea, que parasitam as lagartas e as pupas respetivamente.

Os besouros terrestres (calosoma), carochas (coleópteros), estafilinídeos (coleópteros) e icneumonídeos (pequenas vespas) também se alimentam destes insetos.

Estimular o aparecimento dos inimigos naturais, morcego e chapins, cucos, colocando caixas-ninho.

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