Plantas

Viajar pelos jardins através da beleza das palmeiras

Os jardins permitem-nos “viajar pelo mundo” onde as plantas exóticas, associadas à história da arte dos jardins, colaboram nesta missão ao permitirem conhecer a flora de diversos continentes.
 
Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Brasil

Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Brasil

A localização privilegiada de Lisboa oferece as condições necessárias para a coexistência de espécies arbóreas originárias de diferentes regiões biogeográficas, desde as subtropicais até às nórdicas. Esta diversidade florística, incentivada pela expansão marítima portuguesa dos séculos XV e XVI e do contacto com outras culturas, constitui um legado de plantas chamadas “novidades” e um desafio aos nossos botânicos, jardineiros e horticultores, tendo como “palco” de experimentação os jardins botânicos assim como outros jardins e parques públicos/privados (e.g., Parque do Monteiro Mor e Tapada das Necessidades).

Destacamos as palmeiras do género Washingtonia, que nos levam até ao sudoeste dos Estados Unidos da América, através da palmeira-da-califórnia, e até ao México, com a palmeira-de-leque-do-méxico. Em Lisboa, podem levar-nos também a outros cenários como ao Brasil, por exemplo, com a entrada do Jardim Botânico Tropical, em Belém, tão similar à do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Este género tem duas espécies de palmeiras muito semelhantes – a palmeira-da-califórnia [Washingtonia filifera (Linden ex André) H.Wendl. ex de Bary] e a palmeira-de-leque-do-méxico [Washingtonia robusta H. Wendl.] –, ambas com o estatuto de espécie quase ameaçada na Natureza.

Alameda das Washingtonias 
				
			
									(W. fi lifera e W. robusta) do Jardim Botânico 
				
			
									Tropical, em Lisboa

Alameda das Washingtonias (W. fi lifera e W. robusta) do Jardim Botânico Tropical, em Lisboa

A palmeira-da-califórnia (Washingtonia filifera) pode atingir uma altura até 20 metros, tem um único espique cilíndrico e grosso, cinzento, coberto com folhas mortas na parte superior, formando uma saia. As folhas têm até dois metros de diâmetro, são flabeliformes, palmatipartidas, muito persistentes e divididas até metade do limbo. A palmeira-de-leque-do-méxico (Washingtonia robusta) é muito semelhante, mas tem um espique mais alto e mais estreito. Este género é monoico (apresenta flores hermafroditas ou femininas e masculinas, no mesmo indivíduo), e as inflorescências saem das folhas com flores brancas e com fragância muito agradável.

Estas espécies são apreciadas pelo seu valor estético e com boa adaptação às nossas condições climáticas, razão que justifica a sua forte presença nos parques e jardins históricos na região mediterrânica. Desempenham ainda uma função utilitária, quer pelos seus frutos, quer através das suas folhas para ensombramento e fabrico de diversos utensílios. O fruto tem função na alimentação, de diversas formas: tostado ao sol e moído para fabrico de farinha, confeção de marmelada, infusão e, quando fermentados, para elaboração de bebida alcoólica.

 

WASHINGTONIA ROBUSTA H.WENDL.

(Palmeira-da-Califórnia)

Família: Arecaceae.
Origem: América do Norte.
Porte: Até 25 metros.
Época de floração: Primavera.
Curiosidade: Género dedicado a George Washington (1732-1799), o primeiro presidente dos Estado Unidos da América. É a palmeira com o crescimento mais rápido, mais rústica e mais económica. Especialmente quando jovem, é muito semelhante à Washingtonia filifera. O que as diferencia, sobretudo é o facto da W. robusta ser mais alta, ter um crescimento mais rápido e um espique mais fino, como é possível ver na imagem do destaque.

 

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