A arruda (Ruta chapelensis) é um forte desparasitante e também indicada contra epilepsia, cólicas vertigens e envenenamento e problemas oculares. É usada também no tratamento de varizes e hemorróidas.
A arruda (Ruta chapelensis) não é uma planta muito usada na fitoterapia moderna, no entanto apresenta algumas propriedades medicinais e utilizações tradicionais em algumas regiões do nosso país. Está muito associada a rituais de proteção contra o diabo, limpeza, purificação e bruxaria. Diz-se que espanta as cobras e os maus-olhados, sobretudo se for plantada do lado esquerdo da porta na entrada das casas.
Desde a Antiguidade que a arruda está associada a Diana, deusa romana da lua e mãe de Artemísia. Na antiga Grécia e Egito era usada para provocar abortos e fortalecer a visão. Foi mencionada por Dióscórides e Paracelso e ainda no antigo herbário Assírio. Mais tarde, na Idade Média, era utilizada pelas parteiras que nessa época eram consideradas bruxas.
A arruda era também aplicada nos dentes para facilitar a sua extração. Existem relatos sobre Leonardo da Vinci e Miguel Ângelo, que terão afirmado que esta planta lhes aumentava as visões interiores estimulando o “terceiro olho”.
Descrição e habitat
A arruda pertence à família das Rutáceas à qual pertencem também os citrinos. É nativa do sul da Europa e cresce espontânea em quase toda a região mediterrânica.
É uma planta herbácea, perene, que pode atingir cerca de um metro de altura. Tem folhas carnudas, trilobadas, muito apreciada por umas lagartas de riscas verde e laranjas que depois dão origem a uma bonita borboleta (Papilio machaon), flores amarelo-esverdeadas e cápsulas de sementes redondas.
Gosta de solos áridos calcários, secos e estéreis, entulhos e muros. É bastante utilizada como planta ornamental em jardins e um dos seus nomes comuns é arruda-dos-jardins. Também é conhecida por erva-das-bruxas, arruda-de-França, ruda.
A Ruta chapelensis mais comum no sul de Portugal, é conhecida por arruda-dos-calcários. No Brasil tem o nome de arruda-fedorenta, erva-arruda ou arruda-de-cheiro-forte. Existem ainda as R.angustifolia e R. montana ou arrudão.
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Constituintes e propriedades
Contém cerca de 0,5% de óleo volátil, flavonoides (incluindo rutina), furanocumarinas, cerca de 1,4 % de alcaloides e taninos.
A rutina tem o efeito de manter e reforçar a camada muscular interna dos vasos sanguíneos e assim reduzir a tensão arterial. É utilizada principalmente para estimular os músculos do útero e o fluxo menstrual. É um forte desparasitante, pode tratar epilepsia, cólicas, vertigens, envenenamento e problemas oculares.
Em uso externo em forma de lavagens o resultado é muito rápido no alívio de olhos cansados e dores de cabeça provocadas por tensão na vista, dando a impressão de melhorar a visão. Tem ação espasmolítica. Usa-se no tratamento de varizes e hemorróidas.
No jardim
É incompatível com o manjerico. Consocia-se bem com a roseira e a framboeseira porque afasta o besouro japonês.
É benéfica para as figueiras, repele pulgas, sendo ideal para lavar canis. Os gatos não gostam do seu cheiro ¬ pode esfregar arruda nos móveis para os gatos não os arranhem.
Pode ainda pendurar ramos de arruda em casa, nos estábulos ou perto das estrumeiras para afastar moscas.
Tome nota
Precauções e contraindicações:
- Doses não terapêuticas (uma a duas chávenas por dia) podem originar edema da língua e da faringe, vertigens, convulsões e até morte em casos muito raros).
- É abortiva. Em uso prolongado poderá causar problemas de rins e fígado.
- A planta fresca é ototóxica podendo causar dermatite de contato quando manipulada.
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