Uma planta que, além do fruto, que é delicioso e tem propriedades medicinais, pode ser usada como ornamental e é muito resistente ao calor e falta de água.
A alcaparra (Capparis spinosa) é uma planta arbustiva e espinhosa nativa da bacia do Mediterrâneo, da família das Caparidáceas. A planta, arbustiva e bastante ramificada, ronda um metro de altura e possui belas flores, fragrantes e chamativas. É conhecida pelos seus botões florais, que se conservam em salmoura ou em vinagre, tal como parte dos seus frutos imaturos.
É um arbusto que se espalha pelo sul da Europa, pelo Médio Oriente e norte de África, preferindo climas áridos ou semiáridos, sendo uma planta boa para proteger zonas secas da desertificação e para recuperar solos erodidos.
O maior exportador mundial é a China, e o maior importador são os EUA. Outros países com exportação significativa são Marrocos, a Turquia, Espanha, a Itália e o México.
O facto de se adaptar bem a solos pobres, ajudando a fixar azoto, é uma mais-valia na defesa de zonas de solos vulneráveis ou sujeitos a desertificação, pelo que a sua área de cultivo e expansão geográfica tem estado em crescendo, além do valor comercial da planta.
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Ficha de técnica
Origem: Bacia do Mediterrâneo.
Altura: Em torno de 1 m.
Propagação: Por sementes ou estaquia.
Plantio: Inverno.
Solo: Vinga mesmo em solos pobres e degradados, incluindo rochosos.
Clima: Desértico ou semidesértico, bastante rústica no sul de Portugal.
Exposição: Sol pleno.
Colheita: Fins da primavera, princípios do verão.
Cultivo e colheita
A planta resiste a temperaturas superiores a 40 oC no verão, mas é sensível a geadas durante as fases de crescimento vegetativo. Em zonas de montanha sobrevive algumas vezes a partir dos tocos, rebentando de novo na primavera.
Também cresce com facilidade entre rochas, tornando-se, nalgumas zonas, como Espanha ou Itália, um problema para a conservação de alguns monumentos. As alcaparras são facilmente propagáveis a partir de sementes, mas também podem ser propagadas a partir de estacas. As plantas produzem bem até aos 25-30 anos.
A colheita dos botões florais é geralmente feita de manhã e diariamente, visto os botões mais tenros atingirem preços mais altos no mercado. Esta colheita inicia-se durante o final da primavera e prolonga-se durante as primeiras semanas do verão. Devem ser usadas luvas para proteger as mãos dos espinhos da planta.
Manutenção
As alcaparreiras são plantas de baixa manutenção. Depois do plantio no local definitivo, podem necessitar de regas nos primeiros anos, mas de resto são plantas com grande resistência à seca, um sistema radicular resistente. Também resistem bem ao sal e podem ser plantadas em zonas costeiras. Geadas e temperaturas frias podem ser fatais para estragar a colheita.
Depois de a planta atingir o porte adulto, à volta de um metro de altura, e estar bem implantada, inicia-se a prática das podas severas durante o inverno, para fomentar novos rebentos vegetais e botões florais, que se colhem para conservar, tal como os frutos imaturos.
Flor de alcaparra
Pragas e doenças
As alcaparreiras são plantas resistentes, sobretudo quando bem implantadas e mantidas em boas condições fitossanitárias. Mas, como a maioria das plantas, estão sujeitas a algumas pragas e doenças.
No que diz respeito às pragas, destacam-se os gorgulhos e as larvas das borboletas e das traças, sendo que estas últimas atacam sobretudo a folhagem, enfraquecendo as plantas e abrindo caminho para outros tipos de problemas, como as doenças virais e fúngicas. No campo dos vírus, destacam-se o vírus latente da alcaparreira, mas também vírus que afetam a beringela e o vírus mosaico do pepineiro. Vários fungos também podem atingir as alcaparreiras, destacando-se os do género Fusarium. Evitar o encharcamento e manter a folhagem destas plantas seca ajuda a prevenir as doenças fúngicas.
Propriedades
A alcaparra, quer os botões florais, quer os frutos imaturos, é conhecida pelas suas propriedades benéficas para o organismo, ajudando a combater a diabetes, o excesso de peso, a fortalecer os ossos, a melhorar a imunidade e a proteger dos raios ultravioletas.
Usam-se os botões das flores, sobretudo conservados em vinagrete, como um ingrediente comum na cozinha mediterrânica; os pequenos frutos imaturos têm também aproveitamento culinário. Os frutos maduros, devido ao facto de terem muitas sementes rijas, não costumam ser aproveitados para fins culinários.
Atenção às alcaparras conservadas em salmoura, pelo altíssimo teor de sal, bem como às que são combinadas com anchovas, usualmente também muito salgadas.
As alcaparras são ricas em fibra, em magnésio, cálcio, sódio, ferro e têm vitaminas A, B2 e B6, C e E. Tanto os botões florais como os frutos imaturos são sobretudo consumidos em salmoura ou em picles.
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