Nem só de salsa e coentros se fazem bons petiscos! Por este motivo, este mês a minha pesquisa andou em torno de diferentes plantas que podemos ter em casa para utilizar em pratos frescos e saborosos!
Aneto
Anethum graeveolens
Sobre a planta: É uma elegante planta cujo uso medicinal remonta à Antiguidade já que foi referido em papiros egípcios e nos manuscritos da época medieval.
Cultivo: Planta anual rústica, prefere ser cultivada em pleno sol. Adapta-se muito bem a canteiros ou pequenas hortas.
Utilização culinária e medicinal: Pode ser usado para temperar e marinar peixe e marisco, e também aromatizar queijos, manteigas, grelhados, saladas e patês. Ótima adição às batatas assadas no forno ou em omeletes.
Ideia para surpreender: Experimente adicionar à sua água com gás cubos de gelo perfumados com hortelã e aneto.
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Cominhos
Cuminum cyminum
Sobre a planta: É frequente encontrar à venda as suas sementes secas, sejam em grão ou moídas. Com origem no Mediterrâneo, esta planta é cultivada tradicionalmente na China e na Índia há vários séculos. O seu sabor é fresco e o aroma é acentuado, razões pelas quais é uma das especiarias comuns nos pratos indianos, nomeadamente no caril.
Cultivo: Trata-se de uma planta anual, que pode ser semeada no final do inverno – início da primavera. É muito fácil de cultivar e apresenta um crescimento rápido. Aprecia boa exposição solar e prefere solos argilosos ricos em matéria orgânica. Resiste ao frio e suporta as geadas.
Utilização culinária e medicinal: Na culinária portuguesa, os cominhos são utilizados nos rojões, no rancho e em enchidos como a morcela.
Ideia para surpreender: Em vez de apostar em cremes de barrar, como guacamole ou húmus, experimente fazer um creme à base de pimento fresco e tomate, temperado com pimentão, cominhos e tomate seco em pedacinhos.
Estragão
Artemisia dracumculus
Sobre a planta: É uma planta aromática originária da Ásia, que se difundiu na Europa no século XV. A palavra dracunculus vem do latim e significa pequeno dragão, porque se acreditava que esta planta curava as mordeduras deste monstro. A folha é a parte da planta mais utilizada: é perfumada, com um toque adocicado e levemente picante com notas semelhantes às do anis.
Cultivo: Prefere solo húmido, mas deve garantir-se que o substrato seca entre regas.
Utilização culinária e medicinal: É frequentemente usado para sopas, pratos de peixe e aves, assim como em entradas com ovos, espargos ou cogumelos.
Ideia para surpreender: Colha folhas suficientes para encher uma garrafa de vidro. Cubra as folhas com vinagre de vinho branco de qualidade e tape o recipiente. Após dois meses, destape e verá que o aroma do estragão dominará, e o vinagre estará pronto para ser degustado numa excelente salada.
Funcho
Foeniculum vulgare
Sobre a planta: Embora a planta seja nativa da bacia do Mediterrâneo, várias variedades da mesma podem ser encontradas na região da Macaronésia e no Médio Oriente. Considerando a sua aparência, o funcho e a erva-doce são facilmente confundidos, mas ambas apresentam características e propriedades bastante diferentes. A planta fica muito bem em canteiros ou no jardim, pois apresenta um porte delicado e esvoaçante.
Cultivo: Cresce até aos 2 m de altura e possui flores amarelas, folhas triangulares e hastes compridas. É uma espécie muito rústica, prefere solos com boa drenagem e idealmente deve ser plantada em pleno sol.
Utilização culinária e medicinal: Nesta planta, quase tudo se aproveita. As sementes são muito aromáticas e frequentemente usadas em bolos. As folhas podem ser utilizadas para chá e óleos essenciais.
Ideia para surpreender: Uma saladinha leve e fresca, composta por rúcula e funcho, marinados em limão, regados com azeite. Experimente adicionar maçã verde e/ou polvilhar com requeijão em pedaços e verá que não se vai arrepender.
Manjerona
Origanum majorana
Sobre a planta: Uma planta aromática perene, aromática, que cresce até 60 cm de altura. As flores roxo-rosadas florescem quando as temperaturas começam a aquecer e prolongam-se até ao final do verão. Embora se chame manjerona, pertence ao mesmo género dos orégãos e não do manjericão.
Cultivo: Espécie rústica que se desenvolve bem em regiões de clima quente. Aprecia solos arenosos ou areno argilosos, ricos em matéria orgânica e bem drenados.
Utilização culinária e medicinal: Todas as partes da planta são utilizáveis em culinária, sendo frequente a sua utilização para aromatizar sopas, guisados e patês. É parte da mistura utilizada designada por ervas de Provença, perfeita para carnes vermelhas.
Ideia para surpreender: Asse em pedaços legumes variados, como abóbora, cebola, beringela e pimento vermelho. Regue com azeite e tempere com sal, pimenta e manjerona seca. Misture com lentilhas temperadas com vinagre balsâmico, tomate-cherry e manjerona fresca. Uma delícia!
As plantas adquiridas em hortos e viveiros, salvo as que estão indicadas como comestíveis, são plantas ornamentais e foram desenvolvidas para esse fim. Poderão ter sido sujeitas a tratamentos com fitofármacos nocivos para a nossa saúde, representando, por isso, um perigo. Antes de utilizar para fins culinários plantas recentemente compradas, garanta que houve um controlo rigoroso no uso de fitofármacos e no seu modo de aplicação e aconselhe-se sobre os intervalos de segurança para o seu consumo.
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