Hortícolas

Espargos

espargos

 

Uma hortícola deliciosa que vai enriquecer a sua horta e pode ser produzida ao ar livre.

 

O espargo (Asparagus officinalis) é uma planta herbácea perene, apresenta um sistema radicular com raízes de reserva e raízes absorventes. Possui um rizoma, de onde emergem os rebentos (turiões), que irão dar origem aos caules da planta, sendo esta a zona com interesse comercial, podendo chegar a ter entre 18 e 25 cm de altura. A consociação do sistema radicular com o rizoma é denominada garra.

A família a que pertence é, ainda atualmente, alvo de discussão entre taxonomistas. Contudo, é mais consensual atribuí-la à família das Asparagaceae do que à família das Liliaceae. Embora apresente uma grande dispersão mundial, muitos autores defendem que é originária da região mediterrânica, pois existem inúmeros registos de esta cultura ser cultivada pelos gregos e pelo império romano. São conhecidas aproximadamente 300 variedades (das quais apenas cerca de 20 são comestíveis), cultivadas nos cinco continentes, sendo que o continente asiático concentra entre 85% a 90% da produção mundial. Na generalidade, podemos classificar os espargos em dois grandes grupos, de acordo com o seu modo de produção:

Espargos verdes: Quando o espargo apresenta uma coloração verde significa que a cultura foi produzida à superfície do solo, estando em contacto direto com luz solar, permitindo assim que o sistema fotossintético realize o seu papel e ative o espectro verde presente nas clorofilas.

Espargos brancos: Quando o espargo se apresenta com cor branca significa que a cultura foi produzida debaixo do solo, de forma a não receber luz solar e assim inibir o processo fotossintético, que acaba por não ativar o espectro verde da clorofila.

 

espargos verdes e brancos

20 Kcal/100 g – Ricos em vitaminas, ácido fólico e sais minerais.

 

Asparagus officinalis

Altura: 20-30 cm de altura.
Época de plantação: A espargueira é instalada através da plantação de garras, com um ano de idade, no inverno ou durante a primavera.
Local de cultivo aconselhado: Caso vá produzir espargos verdes, deverá escolher um local abrigado do vento, com boa drenagem e um solo com ph entre 6,5 e 7,5. Já no caso de se produzir espargos brancos, a preocupação da escolha de um local abrigado do vento não é a mais importante, apesar de ser benéfico para a produção.

 

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Condições de cultivo

A cultura do espargo branco é mais exigente no que diz respeito às características edáficas e mão de obra para a colheita, embora ambas as culturas sejam produzidas com tecnologia semelhante. É predominantemente cultivado ao ar livre, embora também se cultive em estufas. Caso seja pretendido produzir espargos verdes, deve-se escolher um local abrigado do vento, com boa drenagem e um solo com ph entre 6,5 e 7,5. Já no caso de se querer produzir espargos brancos, a preocupação de produzir num local abrigado do vento não é a mais importante, apesar de ser mais benéfico para a produção.

 

Sementeira/plantação

Por norma, o produtor de espargos não lida com a semente, uma vez que a instalação da espargueira é feita usando as “garras” como propágulos vegetativos. Caso o produtor use sementes, deve semeá-las diretamente no solo e apenas quando o tempo estiver quente o suficiente (13a 16 oC). As garras, por norma, são produzidas por viveiristas, que utilizam a propagação seminal. A espargueira é instalada através da plantação de garras, com um ano de idade, no inverno ou durante a primavera.

Na preparação do terreno, deve-se proceder à abertura de valas largas o sufi ciente para acomodar as “garras”. A profundidade de plantação aconselhada é de 20 a 25 cm para os espargos brancos e de 15 a 20 cm para os espargos verdes.

Rotações e consociações favoráveis

Os melhores precedentes culturais dos espargos são os cereais de pragana e as Brassicáceas. É de evitar a beterraba, a cebola e o alho. Como consociações favoráveis, apresenta manjericão, salsa e tomate, entre outros.

Cuidados culturais

Existem alguns cuidados a ter quando a cultura está instalada, tais como manter as plantas jovens regadas e mondadas e espalhar uma camada de 5 cm de estrume para manter a humidade do solo. Os rebentos jovens podem ser atacados por lesmas e caracóis, principalmente em tempo húmido. Além disso, a cultura pode ainda ser atacada pelo escaravelho-do-espargo e pelas suas larvas, que comem os rebentos de espargos.

 

Colheita e conservação

A colheita tem exigências diferentes consoante ao tipo de produção. Caso se produzam espargos brancos, estes devem ser colhidos assim passagem diária pelas parcelas. Já os espargos verdes, como têm um período de crescimento que a ponta emergir do solo, o que exige uma passagem diária pelas parcelas. Já os espargos
verdes, como têm um período de crescimento aéreo, são menos exigentes na frequência da aéreo, são menos exigentes na frequência da colheita. A colheita é feita manualmente na primavera, com facas ou goivas, tendo em atenção que se deve cortar o turião a 20 ou 25 cm de profundidade. Esta operação não se deve prolongar por mais de oito semanas e exige uma grande destreza por parte dos trabalhadores. e exige uma grande destreza por parte dos trabalhadores. Por ser uma cultura perecível, esta deve ser arrefecida o mais rapidamente possível após a colheita.

 

Benefícios

Os benefícios desta cultura há muito que são conhecidos. Os egípcios, gregos e romanos usavam também esta cultura na medicina pois reconheciam-lhe propriedades diuréticas. Os espargos são ricos em vitaminas, acido fólico e sais minerais que promovem a desintoxicação. Estão incluídos no grupo dos superalimentos, com muitos benefícios para a saúde, tais como propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, que reduzem o risco de certos tipos de cancro e problemas crónicos (doenças cardíacas ou diabetes tipo 2).

  • Reforçam o sistema imunitário
  • Melhoram a saúde cardiovascular
  • Baixam a tensão arterial
  • Ajudam na digestão e controlam o apetite ajudando a emagrecer
  • Regulam os níveis de açúcar no sangue
  • Regulam o humor e o sistema nervoso
  • Equilibram a coagulação sanguínea
  • Ajudam na absorção de cálcio e prevenção de osteoporose
  • Melhoram a saúde da pele, ajudam na sua regeneração e previnem o envelhecimento.

 

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Ficha de cultivo: Chalota

 

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