Pragas e Doenças

Percevejo-asiático

Distribuição

Em 2019 foi detetada em Portugal uma nova praga invasora, o percevejo-asiático (Halyomorpha halys). Este inseto invasor é fortemente adaptável, podendo atacar mais de 300 espécies diferentes de plantas hospedeiras, como fruteiras, hortícolas, florestais e ornamentais.

Actualmente contabilizam-se mais de 15 os países europeus nos quais se encontra esta espécie. O fator humano continua a ser a forma privilegiada de disperso desta praga a longas distâncias, apesar de a sua capacidade de voo ser notável.

Hospedeiros

A elevada polifagia desta espécie confere-lhe uma capacidade extrema de adaptação a diversas culturas, razão pela qual poderá ser também em Portugal uma praga bastante preocupante.

De entre as culturas afetadas destacam-se espécies com expressão económica relevante, quer seja ao nível agrícola, florestal ou mesmo ornamental, tais como: feijão, soja, tomate, milho, espargo, ameixeira, cerejeira, damasqueiro, pessegueiro, framboeseira, macieira, pereira, citrinos, oliveira, diospiro, videira, salgueiro, paulonia, roseira, ailanto, amoreira, bordo, budleia, ciprestes, hibisco, madressilva entre outras.

Morfologia

Os imagos ou insetos adultos apresentam um comprimento médio de aproximadamente 15 mm e uma largura média de 9 mm. O seu corpo possui uma tonalidade castanha ou acinzentada, com pontuações escuras, grosseiras e de tamanho variável. O dorso apresenta faixas negras e brancas nas laterais, ao passo que as patas são amarelas a alaranjadas.

O primeiro estádio das ninfas exibe um tom negro e o abdómen alaranjado com espinhos laterais na cabeça e no tórax. O segundo estádio, alem de manter os espinhos, é totalmente negro. Os restantes estádios de desenvolvimento (terceiro ao quinto) são também de coloração negra, com dimensões superiores e apresentando asas vestigiais ao nível do tórax.

Os adultos, quando perturbados, emitem um odor repelente e desagradável muito forte e prolongado.

Ciclo de vida

Na primavera e no verão, as fêmeas efetuam posturas de até 250 ovos, distribuídos em grupos de 20 a 30 na página inferior das folhas das espécies hospedeiros.

As ninfas eclodem dos ovos passada uma semana e alimentam-se nos hospedeiros durante os cinco estádios de desenvolvimento.

No decurso do outono e do inverno, na presença de temperaturas mais baixas, os imagos abrigam-se em edificações e outras construções idênticas (armazéns, estábulos, palheiros, abrigos, etc.), permanecendo em diapausa (estado que permite a sobrevivência ao inverno sem necessidade de alimentação). No final do inverno ou no início da primavera, os adultos saem da diapausa e retomam os processos de alimentação e de reprodução.

A espécie apresenta na Europa Central uma geração anual, sendo que, em Itália, ocorrem duas gerações.

Danos

Este inseto picador-sugador insere a probóscide nos tecidos vegetais, o que lhe permite sugar nutrientes. Os imagos alimentam-se em frutos, ao passo que as ninfas, além de frutos, também se alimentam em folhas e em raminhos. As folhas perfuradas ficam necróticas e secam.

Na presença de ataques severos, os órgãos reprodutores das espécies hospedeiras exibem manchas necróticas, descoloradas e deformadas, ocorrendo a queda precoce destes órgãos vegetais.

Atendendo a que as populações do inseto são mais elevadas no verão e a disponibilidade de alimento também, é nesta época que se verifica a maior parte dos ataques. Atualmente, em Portugal, a espécie parece não ser ainda preocupante.

Contudo, atendendo às suas características e à sua presença em Espanha, não será de descurar o seu desenvolvimento em Portugal, devendo os produtores assumirem um carácter de vigilância e de rigoroso acompanhamento das suas culturas na primavera e verão, e das instalações de apoio no inverno.

Gostou deste artigo?
Então leia a nossa Revista, subscreva o canal da Jardins no Youtube, e siga-nos no Facebook, Instagram e Pinterest.


Poderá Também Gostar