Estamos na primavera e o trabalho no jardim aumenta. Os dias estão mais agradáveis e estar no exterior a tratar do nosso jardim torna-se um prazer ainda maior.
Os resíduos verdes que produzimos das nossas tarefas de jardineiros podem ser aproveitados para fazer composto com vantagens amigas do ambiente.
A primavera brinda-nos com o seu dom de tornar o jardim mais florido e vivo, mostrando as plantas em flor, atraindo os pássaros e outros animais mas também proporcionando um crescimento maior às plantas.
Por consequência, as tarefas para manter o jardim impecável aumentam e os resíduos verdes são um resultado inevitável.
O relvado passa a ser aparado com maior frequência, as ervas daninhas crescem mais depressa, implicando uma maior produção de resíduos verdes resultantes da manutenção.
Mas esses resíduos podem e devem ser reaproveitados de uma forma natural, onde a compostagem será uma técnica muito útil que irá permitir utilizar os resíduos provenientes da cozinha e jardim e transformá-los em matéria orgânica que trará as seguintes vantagens para o solo:
- Melhora a fertilidade com a adição de nutrientes;
- Em solos leves ou arenosos, aumenta a capacidade de retenção de água no solo e a disponibilidade da mesma para as plantas;
- Proporciona um crescimento mais saudável para as plantas.
Em solos difíceis de trabalhar, como é o caso dos argilosos, a adição de matéria orgânica é muito importante, porque a mesma irá quebrar a rigidez do solo e torná-lo mais fácil de trabalhar.
Se o solo do seu jardim é argiloso, verá que o esforço que habitualmente tem de empenhar para realizar plantações será reduzido.
Mas o que precisa de saber para fabricar o seu composto?
Em primeiro lugar tem de saber o que pode utilizar. De um modo geral, quase todo o material com origem vegetal pode ser utilizado.
Este é o caso dos resíduos de jardim, de cozinha, papel e cartão.
Para uma boa compostagem, será necessária uma mistura de material lenhoso, rico em carbono, como as aparas das podas, lascas de madeira, entre outros e material mais leve, rico em nitrogénio, como as aparas do corte do relvado, folhas e resíduos da cozinha (restos de vegetais e frutas).
O que não incluir no seu composto:
- Resíduos vegetais doentes;
- Fezes de animais;
- Aparas vegetais tratadas com herbicida, porque este pode persistir no composto;
- Carne, peixe e restos cozinhados;
- Papel e cartão com filme plástico incorporado.
Para manter o seu composto terá de ter em atenção três tarefas:
- Arejar, revolvendo o material em decomposição;
- Cobrir o compostor para evitar o excesso de água proveniente da chuva;
- Colocar o compostor num local que receba sol a maior parte do dia e que permita o acesso aos organismos do solo.
O tempo de compostagem varia usualmente entre 6 a 12 meses.
E quando o composto estiver pronto, onde poderá utilizá-lo?
- Substrato para utilizar em vasos – misturando iguais partes de composto, solo superficial e areia grossa;
- Incorpore no solo numa profundidade de 5 a 10 cm, onde as raízes poderão captar os nutrientes disponibilizados pelo composto;
- Aplique uma camada de 10cm no solo e permita que os organismos como as minhocas realizem a mistura com o solo já existente.
No mercado existem vários tipos de depósitos de compostagem.
Se não quiser comprar um, pode sempre optar por fazer o seu próprio, utilizando tábuas de madeira, paletes, ou com uma perspetiva mais permanente, de tijolo, sempre com atenção para que as laterais sejam sólidas, sem fendas, para manter o calor.
Construa com uma altura que seja acessível para remexer o composto com facilidade, sem esforços extra.
Crie uma abertura na parte de baixo para poder retirar o composto à medida que está pronto a ser utilizado.
Tire o máximo de proveito dos resíduos vegetais do seu jardim e aproveite o que a Natureza naturalmente nos oferece.
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