Lifestyle

Viagens exploratórias de Marianne North juntaram arte e natureza

Os sobreiros (Quercus suber L.) pintados em Sintra, Portuga

Os sobreiros (Quercus suber L.) pintados em Sintra, Portugal

 

No mês em que se comemoram os dias da Mulher e da Árvore, recordamos a fascinante história de Marianne North (1830-1890), exploradora e pioneira a registar paisagens em desenhos com rigor científico.

 

O gosto pelas viagens foi-lhe transmitido pela família, mas a paixão de Miss North pela flora exótica e plantas dos trópicos nasceu em Londres, com as suas visitas à Palm House no Real Jardim Botânico de Kew Gardens. Após a morte dos pais, Marianne, com 40 anos de idade, decide, contra todas as convenções, em pleno século XIX e numa época em que as mulheres nem tinham direito ao voto, fazer aquilo de que mais gostava na vida: viajar e pintar. O seu legado, além da arte, contribuiu para o avanço do conhecimento científico na flora e fauna.

Esta sua paixão pelas viagens e pela arte e pintura das paisagens que visitou está bem retratada na sua autobiografia no livro sobre a sua vida: Recollections of a Happy Life. Entre 1871 e 1885, visitou múltiplos países em busca do registo de espécies exóticas e paisagens, produzindo mais de 800 pinturas. Localizados pelos vários continentes, viajou pelos Estados Unidos da América, Canadá, Jamaica, Caraíbas, Brasil e Chile; Portugal, Itália, Tenerife e Canárias; Japão, Singapura, Java, Sri Lanka e Índia; Austrália e Nova Zelândia; e África do Sul e Seychelles.

 

 

Em 1879, escreve uma carta ao diretor do Real Jardim Botânico de Kew Gardens, Sir William Jackson Hooker (1785-1865), oferecendo-se para doar as obras que pintou durante as suas viagens, bem como a construção de uma galeria para as expor. A Galeria Marianne North abriu ao público a 7 de junho de 1881 e atualmente continua a ser um espaço visitável de referência no jardim aberta ao público.

O extraordinário trabalho de Marianne North, ao contrário do que acontece com muitas figuras relevantes, foi reconhecido ainda em vida. Como testemunho desta situação temos registo que, em 1880, Charles Darwin (1809-1882), naturalista inglês que desenvolveu a Teoria da Seleção Natural das Espécies, desafia Marianne a ir para a Austrália explorar e registar essas paisagens através dos seus desenhos, região onde produziu 300 pinturas. Outro reconhecimento foi quando, em 1884, recebe uma carta do secretário da rainha Vitória do Reino Unido (1819-1901) a agradecer a sua generosidade em doar as suas pinturas ao Real Jardim Botânico de Kew Gardens.

 

 

Curiosidades sobre Miss North:

• Ao contrário das convencionais ilustrações botânicas, pintava as plantas no seu habitat e muito coloridas;

• As suas viagens à volta do mundo encontram-se na autobiografia intitulada Recollections of a Happy Life;

• Segundo Marianne, o sentido de humor foi a sua “bagagem” mais útil enquanto viajava sozinha.

 

Artwork copyright
PUBLIC DOMAIN: This artwork is in the public domain (not copyrighted) because all artworks by Marianne North are in the public domain.
Artist copyright
PUBLIC DOMAIN: This person died over 70 years ago (in 1890).
www.theathenaeum.org

 

Com a colaboração de Teresa Vasconcelos

 

Gostou deste artigo? Então leia a nossa Revista, subscreva o canal da Jardins no Youtube, e siga-nos no Facebook, Instagram e Pinterest.


 

Poderá Também Gostar