Jardins & Viagens

Conheça o Jardim de Sorolla

O Segundo Jardim

 

Conheça o magnífico jardim tipicamente espanhol de Sorolla, que se situa no centro da cidade de Madrid.

 

Em Madrid, num intervalo entre afazeres, resolvi aproveitar para visitar a casa-museu Joaquín Sorolla. Queria conhecer a sua obra um pouco melhor, mas, sobretudo, aliciou-me a informação de que o museu possuía um belo jardim por ele concebido. Em pleno inverno, melhor dia para visitar um jardim era impossível: apesar do frio cortante, o sol brilhava sem vento e o ar estava seco. O jardim de Sorolla (1863-1923) é um magnífico exemplo daquilo que designamos por jardim espanhol, que incorpora elementos do jardim persa, romano e, claro está, islâmico. Foi precisamente nos grandes jardins do califado de al-Andaluz que Sorolla foi buscar a sua inspiração, quando visitou e pintou nos anos de 1908 e 1910 os jardins do Alcazar de Sevilha e do Alhambra de Granada.

 

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A Casa-museu Joaquim Sorolla

O Terceiro Jardim com entrada para a casa e pérgula à direita.

A casa do Paseo del General Martinez Campos, construída entre 1909 e 1911. Funcionava não só como casa de família, mas também como atelier do pintor. O jardim era não só tema das suas obras (à semelhança de Monet e muitos outros Impressionistas), como também um local de convívio para os familiares e amigos. Sendo um jardim de cidade e com uma área reduzida, o espaço está inteligentemente aproveitado através da fragmentação dos espaços. Esta é típica da tradição islâmica, que cria uma ilusão de dimensão muito maior que a real.

O jardim está dividido em quatro áreas distintas, três das quais se designam simplesmente por Primeiro Jardim; Segundo Jardim; Terceiro Jardim; sendo a quarta o Pátio Andaluz já no interior do edifício. O Primeiro  Jardim é onde funciona a entrada. Transporta-nos de imediato para um ambiente que cumpre a função de passagem da confusão para a tranquilidade do murmúrio da água da fonte, o verde da vegetação e o colorido das flores. De influência claramente sevilhana, lá encontramos os familiares elementos das cerâmicas; dos bancos; da fonte; do chão em tijoleira e azulejo.

O Segundo Jardim remete-nos para o Generalife, no Alhambra, e é o meu preferido. O canal de água é a peça central e confere-lhe uma geometria que é animada por uma fonte e jatos de água. A azulejaria abundante compensa no inverno a falta do colorido das flores. Na primavera, rosas, gerânios, lírios e jasmins devem emprestar ao jardim uma ainda maior riqueza visual e adicionar fragrâncias ao nosso encanto.

 

O Pátio Andaluz

 

O Terceiro Jardim é um compartimento de influências mais ecléticas. Junto à casa, já não é uma zona de passagem mas de estar. Dominado por uma enorme pérgula, é claramente o ponto de encontro para a família e os amigos. Frente à janela em redondo da sala, um pequeno lago forrado de azulejo reflete a luz e as plantas, servindo de point de vue, quer nos encontremos dentro da casa, quer sentados sob a pérgula.

Esta função mais social do jardim está retratada na escultura da fonte por cima do lago, a Fonte das Confidências. Dentro casa, encontramos ainda um pátio interior, o Pátio Andaluz. Infelizmente inacessível ao público, que apenas consegui fotografar à socapa e através dos vidros (colocados muito recentemente). Imagino que seria o jardim possível para a família Sorolla nos dias chuvosos de inverno.

 

A Fonte das Confidências que se avista da pérgula.

 

Características

Nem aqui se foge à influência islâmica, já que o pátio é disso um perfeito exemplo. Quadrado, rodeado por três galerias com pórticos, antes abertas. Agora envidraçadas (uma pena), com no centro, uma fonte coberta de azulejos azuis e brancos de Triana. O Pátio Andaluz cumpria a sua função de proporcionar luz e ventilação aos compartimentos interiores da casa.

O jardim de Sorolla foi objeto de uma grande restauração entre 1986 e 1991. Porém o aspeto atual muito fiel ao desenho original. Já que Sorolla tinha guardada toda a documentação de desenhos e fotografias da época da sua construção. Além disso, o jardim era um dos temas da sua pintura, quer por si próprio, quer servindo de fundo aos inúmeros retratos que lá pintou.

 

O Segundo Jardim

O jardim está dividido em quatro áreas distintas, três das quais se designam simplesmente por Primeiro Jardim, Segundo Jardim e Terceiro Jardim, sendo a quarta o Pátio Andaluz já no interior do edifício.

 

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