Entrevistas

“Cidades Verdes: Florir Janelas, Casas e Ruas”: Green Street Lisbon

Um projeto verde comunitário que mudou completamente a imagem desta rua de Lisboa.

Os vizinhos acarinharam a iniciativa desde o início?

Mudanças nem sempre são vistas com bons olhos, mas neste caso fiquei bastante surpreendida com a aceitação por parte dos vizinhos – muitos deles estranharam no início, mas depois acabaram por gostar da ideia.

Qual a reação das pessoas quando passam e veem esta rua de Lisboa?

É incrível, ninguém fica indiferente! Olham, param, fotografam, sorriem.

Quem cuida destas plantas habitualmente? São precisos muitos cuidados de manutenção?

As plantas pertencem à rua e todos vão dando o seu contributo. São necessários alguns cuidados, rega e mudança de vasos de uns sítios para outros conforme as condições atmosféricas.

Para detalhes mais precisos a rua conta sempre com a ajuda de Armando Sousa, o vizinho que conhece bem as plantas e sabe como tratá-las. Os seus olhos brilham quando falamos de plantas. Dizemos-lhe constantemente que faz milagres com as plantas, quem ama cuida!

Que benefícios (sociais, ambientais, etc.) resultantes da presença das plantas nesta rua sentiram?

Em primeiro lugar, penso que está a harmonia da rua, porque os vizinhos passam mais tempo no exterior e comunicam mais entre si. Depois, temos uma rua mais limpa, sem dúvida, com mais preocupações ambientais e com mais crianças a brincar ao ar livre.

As plantas ajudaram de alguma forma a atenuar este confinamento?

Sem dúvida! Acredito que as plantas ajudaram muitas pessoas a manterem-se mais ocupadas e menos angustiadas.

Os habitantes/comerciantes desta rua têm outras preocupações com a sustentabilidade?

Sim, sei que quase todos os comerciantes da rua conseguiram substituir embalagens de plástico por recicláveis. Todos estão a fazer o seu melhor para uma rua mais sustentável fora e dentro dos seus estabelecimentos.

Que tipo de plantas utilizam? A escolha das plantas foi aleatória ou pensada?

A escolha das plantas foi aleatória e tem uma relação muito própria com cada um de nós… Eu, por exemplo, trouxe algumas do meu Alentejo e, por isso, sinto-me mais próxima da minha terra.

Alguns vizinhos também o fizeram. Trouxeram plantas das suas casas ou outros locais. Algumas plantas em mau estado foram trazidas e recuperadas pelo sr. Armando.

Pensa que esta iniciativa poderia ser facilmente replicada em Lisboa ou noutras localidades do País?

Sem dúvida, já estão a ser replicadas, já está a acontecer! Muitas pessoas têm-se inspirado na nossa rua e isso é muito bom e gratificante para nós. Esta semana, por exemplo, soubemos que em Benfica ia haver uma nova “rua Verde”.

Quer deixar alguma mensagem ou desafio aos leitores da revista Jardins, todos eles amantes de plantas e jardinagem?

Esperamos influenciar mais ruas por todo o País a tornarem-se mais verdes e sustentáveis, onde se possa circular livremente e apreciar um pouco de Natureza.

Convidamos todas os leitores da revista Jardins a dar um saltinho pela nossa rua Verde — Rua da Silva, em Lisboa — porque é realmente um sítio diferente, uma “Harmonia Verde” no meio do caos da cidade.

Estamos também abertos a desafios ligados à sustentabilidade, sejam eles projetos artísticos, eventos, workshops ou outros e a algumas dicas ou patrocínio de viveiros de plantas que serão sempre muito bem-vindos!

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