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Dias frios e perfumados em cores de inverno

A flor branca de laranjeira, floresce nos dias frios de inverno e invade os jardins de um perfume agradável e intenso.

A mudança de estação é celebrada com as primeiras flores como a aveleira, o crocus e a violeta-de-cheiro. São assim os dias frios, perfumados e a cores do inverno!

Citrus sinensis (L.) Osbeck (laranjeira-doce)

Árvore de porte médio, com copa arredonda ou oval, originária do Sueste da Ásia, Nordeste da Índia ou do Sul da China.

Folhas simples, de forma elíptica e coriáceas. Flores, brancas ou rosadas, aromáticas, despontam em março. O fruto, comestível, é a laranja.

Família: Rutaceae

Altura: 10 metros

Propagação: Estacaria e enxertia.

Época de plantação: Primavera para garantir a recuperação das raízes antes do inverno.

Condições de cultivo: Local ensolarado, abrigado dos ventos e da geada. Solos ricos e profundos, de textura arenosa e arejados.

Manutenção: Para evitar a ocorrência de cochonilhas, pulgões e ácaros, aplicar todos os meses na folhagem, cinco colheres de sopa de sabão líquido num litro de água morna com um spray.

Curiosidades: Do género Citrus existem várias espécies como: Citrus aurantium L. (laranjeira-azeda), Citrus deliciosa Ten. (tangerineira) e Citrus limon (L.) Burm. (limoeiro).

Todas elas são cultivadas na região mediterrânica quer pelo valor ornamental quer pelos frutos comestíveis e pelos óleos essenciais extraídos de flores e frutos, muito utilizados na indústria de perfumaria.

Apesar da laranjeira-azeda já ser conhecida na Europa desde a Idade Média, só no início do século XVII é que há registos históricos do cultivo da laranjeira-doce pelos portugueses, esta espécie passa a ser conhecida em diversas partes do mundo, e geralmente com o seu nome vulgar associado a Portugal, como “Pourtegalié” (Nice), “Portugaletto” (Piemonte) e “Portugales” (Grécia).

Como esta espécie é sensível à geada e difícil de cultivar no Norte da Europa, foram adotadas estratégias para a sua produção e utilização como planta ornamental nos jardins com a criação de estufas “Orangeries”, onde no verão as laranjeiras em vaso encontram-se no exterior e no inverno são recolhidas para aestufa.

Estas estruturas “Orangeries” também são utilizadas nos jardins para protegerem outras espécies botânicas também sensíveis ao frio e à geada (Azambuja, S. T., 2009. A Linguagem Simbólica da Natureza. Lisboa: Nova Vega).

Crocus spp. (crocus)

Herbácea bolbosa originária da região mediterrânica, com um período de floração desde o inverno até ao verão.

As flores podem ser de várias cores: branca, azul, cor-de-rosa, etc.

Família: Iridaceae

Altura: 0,15 a 0,20 metros

Propagação: Divisão de cormos que se formam em volta do cormo principal.

Época de plantação: Outono

Condições de cultivo: Sol e/ou meia sombra com luz. Temperaturas frescas. Solos arenosos e com boa drenagem.

Manutenção e curiosidades: Precisa de rega moderada. Retirar do solo depois da floração, guardar em turfa seca num local fresco e seco. O açafrão (especiaria) provém de uma espécie de crocus (Crocus sativus).

Corylus avellana L. (aveleira)

Arbusto alto ou árvore pequena, de folha caduca. Originária de Portugal, europa e Turquia.

Tronco de cor pardo-avermelhado, brilhante e liso em jovem. As folhas, com forma ovada, têm uma dimensão de cerca de 10 a 15 cm. É uma espécie monóica (apresenta flores femininas e masculinas no mesmo indivíduo), com época de floração entre janeiro a abril.

As flores masculinas agrupam-se em inflorescência, (conjunto de flores, em espiga alongada ou cacho pendente até 8 cm) de cor verde-claro.

As flores femininas estão agrupadas em inflorescência com o eixo principal de crescimento limitado, terminando numa flor. O seu fruto é a avelã.

Família: Betulaceae

Altura: 8 m

Propagação: Estaca

Época de plantação: Qualquer altura do ano.

Condições de cultivo: Prefere zonas húmidas e sombrias.

Manutenção e curiosidades: Cultivada como ornamental em sebes, é utilizada principalmente pela sua semente comestível a avelã.

Viola odorata L. (violeta-de-cheiro; violeta perfumada)

Violeta odorata

Herbácea vivaz, originária da região Mediterrânica oriental norte e da Ásia menor. Constitui um excelente revestimento do solo para um recanto ensombrado.

A Viola odorata distingue-se das restantes espécies devido ao aroma doce das flores, que podem ser de cor roxa ou branca.

As flores, semelhantes às orquídeas, são compostas por cinco pétalas desiguais – duas pétalas superiores erectas, uma pétala inferior e duas pétalas laterais.

As folhas, de cor verde-claro, são lisas e de forma oval. A V. odorata é muito semelhante à V. africana.

Podem distinguir-se através da flor e da folha: a V. africana não apresenta flores aromáticas e as folhas apresentam uma textura aveludada.

Família: Violaceae

Altura: 0,1 m

Propagação: Sementeira ou divisão de rizoma.

Época de plantação: Para floração na primavera as violetas devem ser plantadas no verão. Quanto à divisão do rizoma, esta deve ser feita no outono ou logo após a floração.

Condições de cultivo: Climas frios e locais ensombrados. Solos férteis, ricos em húmus e húmidos desde que com boa drenagem.

Manutenção e curiosidades: De forma a obter um maior número de flores, é aconselhável ir fazendo a divisão dos rizomas.

Expor as plantas ao frio durante o inverno torna-as mais robustas e resistentes. As flores para além de apresentarem propriedades medicinais, são comestíveis, muito utilizadas em decoração culinária.

Para estes usos as flores devem ser colhidas logo após a sua abertura.

Com Ana Raquel Cunha

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