Entrevistas

Especial Selva Urbana: Plant Lover – Sofia Manuel

Nasci e cresci no Porto. Tirei mestrado em Engenharia Civil e de momento trabalho como programadora de software.

De que forma e quando é que nasceu esta paixão pelas plantas?

Por ter um trabalho tão ligado a números e stressante, encontrei nas plantinhas o meu refúgio, mas o grande boom deu-se, em 2016, quando vivi em Moçambique.

Ainda hoje sinto a humidade e o verde daquela terra. Desde que voltei que senti necessidade de me rodear por plantas que me trouxessem de novo aquela sensação de estar envolvida por verde puro, mãe Natureza.

Qual é a sensação de viver rodeada por centenas de plantas?

Nem consigo imaginar como era a minha vida pré-plantas. Parece que foi sempre assim. O que sinto é a verdadeira sensação de lar.

Sabe quantas plantas tem?

Tentei contar várias vezes, mas acabo sempre por desistir. Acho que é uma maneira de nunca achar que tenho demais, o que quer que isso seja.

Que benefícios sente desse contacto permanente com as plantas?

Sinto-me mais presente. Ajuda-me a libertar do stresse do dia a dia. Uma espécie de escape. Voltar para as minhas meninas é tudo o que
preciso depois de um dia stressante. Casa não seria casa sem elas.

Tem alguns rituais especiais com as suas plantas?

Toco nas plantas, como se lhes estivesse a fazer um carinho. Quase como se fosse um “estou aqui, que linda estás hoje”.

Quantas horas por dia ou por semana lhes dedica?

Entre verificar se necessitam de ser regadas, regar, limpar as folhas, mudá-las de sítio de acordo com o estado do tempo, é como se fosse um segundo trabalho. Mas sem dúvida o mais recompensador de todos.

Quais as principais tarefas de manutenção que as plantas exigem?

As que acontecem quase diariamente cá por casa incluem verificar se a terra necessita de ser regada, a limpeza das folhas para uma ótima exposição à luz e manter a planta livre de pragas, manter a humidade e temperatura da casa uniforme e adequada, rodar as plantas caso tenham folhagem a toda à volta para um desenvolvimento uniforme.

“VOLTAR PARA AS MINHAS MENINAS é tudo o que preciso depois de um dia stressante. Casa não seria casa sem elas.”

Qual o top 5 das suas plantas preferidas e porquê?

Posso escrever Calathea orbifolia cinco vezes? Vá, brincadeirinha. Só cinco? Sinto que estou a trair o resto das minhas filhas.
· Calathea orbifolia, porque foi uma planta que procurei durante mais de um ano e, quando a encontrei, foi uma vitória. Fiz uma viagem de três horas de comboio sempre com ela no colo. Apanhámos chuva, vento e ainda tinha duas malas comigo.
· Monstera deliciosa, a famosa costela-de-adão, é a planta mais relaxada que existe, descomplicada, linda.
· Ficus lyrata, a figueira-lira, vejo esta miúda como uma madre superiora. Majestosa, imponente. Um regalo para os olhos. No entanto, é bem exigente e não tolera falhas. Se a descurarmos, ela vai-nos dizer em dois tempos.
· Hoya carnosa variegata, a flor-de-cera, há algo na beleza desta verdinha que me espanta.
· Monstera adansonii, uma costela-de-adão com as folhas mais pequenas e cheias de furos, a textura e leveza deixam-me encantada. Neste momento, tenho três, todas elas diferentes.

Que conselho dá aos nossos leitores que pretendem tornar as suas casas mais verdes? Por onde devem começar para trazer a Natureza para dentro de casa?

Recomendo sempre começar pelas plantinhas mais simpáticas. Pothos ou filodendro, Monstera ou costela-de-adão, sanseviéria ou espadas-de-são-jorge. São perfeitas para começarmos a entender as necessidades destas maravilhas.

Mas, para mim, o mais importante é perceber que as plantas não são meros objetos de decoração, mas seres vivos com necessidades muito específicas e que precisam de cuidado permanente.

Ter em consideração diferentes aspetos, como exposição solar, humidade e temperatura da nossa casa na altura de escolhermos a plantinha.

Quer deixar uma mensagem de esperança para quem está em casa nesta primavera diferente?

A mesma que digo a mim mesma todos os dias. Vamos tentar ver a adversidade da parte mais bonita do prisma. Aproveitar a dádiva que nos foi dada, tempo, o travão que nos foi imposto. A sensação de ansiedade é temporária, vai passar.

Até lá, tentemos, unidos, construir um mundo melhor (e de preferência mais verdinho).

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