Decoração

Aprenda a fazer o seu Kokedama

O termo significa bola (dama) de musgo (koke). Por detrás da construção de um Kokedama prevalece o conceito japonês wabi sabi, que pode ser traduzido como a apreciação da imperfeição na Natureza e aceitação da beleza natural.

Recentemente, após captarem a atenção dos ocidentais, recriações desta técnica acrescentaram uma mais-valia ao efeito que as plantas possibilitam, ao pendurar o torrão/bola de raiz e suspendendo-as.

Proporcionando-nos uma visão diferente da habitual houseplant , foi inspirada nessa “nova” imagem que surgiu este projeto.

Fiu-jardins suspensos

Este projeto concretiza-se, em janeiro de 2013, pelo gosto por plantas em geral e por trabalhar com elas em particular, como terapia pessoal. Tudo começou como uma experiência sem qualquer objetivo de negócio.

O resultado do trabalho foi positivo e, após experiências com diversas espécies o aperfeiçoamento surgiu.

Surge a necessidade de dar um nome à página e ao trabalho- fiu-jardins suspensos – pelo facto de se tratar de um projeto em que as plantas são suspensas por um fio e por conseguimos criar jardins interiores.

A versatilidade e originalidade deste sistema

A particularidade deste projeto prende-se com o facto de trabalhar a vegetação a um nível diferente do comum – permite o preenchimento de espaços que não costumam ser ocupados por plantas.

Penduradas a vários níveis, as composições ganham mais expressão quando em maior número, em conjuntos de mais de cinco plantas.

Diferenciam-se de outras plantas, colocadas sobre uma base estável e plana. Outra mais-valia é serem transferíveis de uma divisão para outra e facilmente trocadas de posição entre si.

A própria forma esférica do torrão não é comum em vasos. As plantas fiu são projetadas com a finalidade de serem penduradas, podendo, no entanto ser pousadas em mesas, prateleiras, janelas, etc.

Plantas que se podem usar num kokedama

Qualquer uma poderá crescer num kokedama, é dada preferência às que plantamos em vasos ou floreiras, com sistema radicular contido e que se adaptem a viver com pouco substrato.

Trabalhamos com vários grupos e tipos de plantas: aromáticas e condimentares, suculentas, fetos, árvores anãs e outras de interior.

Os fetos e outras plantas de interior

As espécies mais resistentes e que melhor respondem ao trabalho que esta técnica envolve são os fetos, variedades como Asparagus, Asplenium e Pellea.

Também plantas como o lírio-da-paz (Spathiphyllum), Hedera, Chlorophytum e Calathea são aconselháveis para quem quer uma planta dentro de casa, num espaço com luz indireta.

As plantas suculentas

Para os amantes destas plantas suculentas, há que garantir condições para estas prosperarem: sol direto e regas pouco frequentes.

Estas são ideais para quem se esquece de regar, sobrevivendo com pouca água e em condições de extremo calor.

As aromáticas

Para quem cozinha com ervas aromáticas e não tem jardim ou jeito para as cultivar, temos variedades perenes comuns e fáceis de manter como alecrim, tomilho vulgar e limão, várias mentas, hortelã vulgar e limonete.

Em épocas festivas e comemorativas, fazemos algumas plantas diferentes e temáticas, como o manjerico de São João e o pinheirinho de Natal fiu.

Manutenção

Os kokedama da Fiu–jardins suspensos® não necessitam de cuidados especiais, comparativamente a outras plantas em vaso.

Todas as plantas são acompanhadas de um folheto de manutenção, para que não surjam dúvidas na hora de regar e de escolher o local onde as colocar.

A melhor forma de perceber se a planta necessita de água é através do seu peso. Se o torrão estiver leve, significa que está na hora da rega.

Outro sinal de que a planta poderá necessitar ser regada é indicado pela folga dos fios que a suspendem, uma vez mais soltos demonstram que o torrão reduziu de tamanho e poderá estar desidratado.

Rega

Para regar estas plantas, basta colocá-las num recipiente fundo com água, aguardar cerca de 5-10 minutos para a água se infiltrar na terra e deixar escorrer antes de voltar a pendurar.

A estrutura de solo e musgo mantêm a humidade junto à raiz por mais tempo que os comuns vasos, reduzindo a frequência de rega e a consequente manutenção da planta – ideal para quem tem pouco tempo livre para cuidar de plantas mas não dispensa a sua companhia.

Embora cada planta seja vendida com um folheto de manutenção, o novo dono da fiu deve ser sensível e cuidar desta planta como cuidaria de qualquer outra.

Durante os meses mais quentes, a frequência de rega deve ser ajustada, pois a planta desidrata mais rapidamente.

Fertilização

Poderá fertilizar a sua planta suspensa com um fertilizante diluído na água de rega. Deverá ter em atenção as exigências da mesma, para garantir um crescimento saudável e não exagerar na dosagem.

Antes de encomendar a sua planta suspensa deverá avaliar as condições do espaço onde a quererá pendurar:

O espaço é interior ou exterior? Tem luz solar direta ou luz solar indireta. O espaço é húmido ou seco?

Estas são questões que poderão garantir que escolhe a planta certa para o lugar certo e que a sua planta vive muito mais tempo e saudável.

Material necessário

  • Água
  • Substrato universal misturado com perlite ou akadama (substrato para bonsai)
  • Musgo esfagno
  • Planta
  • Tesoura
  • Agulha fina, para lã
  • Fio de algodão
  • Fio de polietileno 100%
  • Fio de pesca

Passo a passo

1- Misture o substrato universal com a perlite ou com akadama; Acrescente água, aos poucos, até conseguir uma mistura que se agregue.

Faça uma bola de substrato com um tamanho adequado à planta que escolheu. Divida a bola de substrato em duas metades iguais.

2- Retire a planta do vaso. Liberte um pouco as raízes da planta.

Coloque a planta entre as duas metades de substrato e ajuste a terra para o substrato manter a forma redonda.

3- Segure a planta com uma mão e com a outra acrescente pedaços de musgo aos poucos.

Para não cair, o musgo poderá ser fixo com o fio de algodão ou com o fio de pesca, enrolado à volta do torrão.

4- Depois de cobrir todo o torrão com uma camada de musgo, enrole-o com o fio de polietileno, para fazer uma espécie de malha/rede.

5-  Remate as duas pontas de fio. Com a ajuda da agulha poderá fazer nós entre fios.

Os remates de cada ponta de fio deverão ficar em posições opostas, de preferência junto à base da planta.

6- Quando segurar os fios, a planta deverá estar equilibrada.

Poderá adicionar um gancho aos fios, para pendurar a sua planta. E está pronta!

Fotos: Ana Miguel e Rui Salgado

Com Rui Salgado

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