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Hortas comunitárias e alimentos saudáveis

Um pouco por todo o país e pelo mundo inteiro partilham-se terrenos para que grupos de cidadãos possam plantar os seus alimentos, desde alfaces, cenouras, batatas, couves, entre outros produtos hortícolas, bem como árvores de fruto ou até mesmo plantas aromáticas e medicinais.

Estes espaços podem ser aproveitados para o lazer e convívio entre famílias e munícipes, criando o enriquecimento sociocultural das comunidades e a partilha de experiências hortícolas entre gerações.

Muitas câmaras municipais disponibilizam terrenos onde, após uma inscrição, os munícipes terão direito a um talhão de terreno, equipado com ferramentas e pontos de água, recebendo previamente formação para a prática de agricultura sustentável e normas para o correto convívio entre utilizadores.

Este conceito de agricultura insere-se na chamada Agricultura Urbana, praticada no interior (intraurbana) ou na periferia (peri-urbana) de uma cidade ou localidade, com vista à produção para consumo próprio e distribuição em pequena escala de alimentos.

Desta forma proporciona-se o aumento da produção local de produtos frescos, contribuindo para a sustentabilidade ecológica pelo facto de que o transporte de alimentos entre locais distantes é reduzido.

Podemos ainda considerar que com esta prática aumentamos o número de espaços verdes nas cidades e o hábito de cultivarmos a terra, sobretudo as que se encontram ao abandono.

Uma forma de começar a projetar e construir uma horta comunitária é através do reaproveitamento de materiais, como estores velhos, portas, plásticos e ferros, para dividir o espaço em parcelas de cultivo para todos os participantes.

Em Sydney, Austrália, é este o modelo seguido em alguns locais, onde inclusive, existe o hábito, sempre que as colheitas o permitem, de se reunirem aos fins de semana para comerem e partilharem os alimentos colhidos e que acompanham os churrascos.

Se olharmos para o exemplo americano, as hortas comunitárias são desenvolvidas e criadas para proporcionar mais saúde às populações e um acesso mais seguro aos alimentos para aqueles que têm mais dificuldades económicas.

Por outro lado, criam comunidades mais sensíveis à preservação do espaço público e com uma maior educação comunitária.

Alguns dados apontam para que a produção de produtos hortícolas nas cidades esteja na ordem dos 15%.

No Canadá, alguns jardins comunitários têm um espaço comum onde o trabalho e os produtos colhidos são partilhados com instituições de caridade.

Este modelo de jardim, para algumas pessoas, funciona como um local para estar em contacto com o ar livre, fazer exercício e conviver e criar amizades com os locais.

Estes espaços proporcionam novas experiências, principalmente a crianças, dando-lhes a conhecer a forma como os alimentos são produzidos, o que custa plantar, colher, encaminhar os mais novos para a prática de atividades ao ar livre, assim como despertar o interesse pela alimentação fresca e saudável.

Benefícios alimentares

Uma horta comunitária é possível de ser criada em locais diferentes de um terreno público, como é o caso de terraços de prédios ou escolas, públicas ou privadas.

Se tiver a oportunidade de vislumbrar os terraços de cobertura de muitos prédios citadinos ficará certamente a pensar em todo o espaço que poderia ser aproveitado e partilhado pelos moradores para produzirem os seus alimentos.

Seria igualmente uma forma de potenciar as relações entre condóminos e o respeito comunitário.

Do ponto de vista climático, uma cobertura verde contribui para o melhor isolamento da temperatura do edifício, reduzindo o consumo energético.

Nas escolas, esta é uma componente que deve ser mais explorada, porque permite o acesso das crianças aos alimentos não processados, na sua forma original, contribuindo igualmente para uma alimentação saudável, maior formação cívica, responsabilidade e o uso racional dos recursos naturais.

Do ponto de vista prático, para que as hortas comunitárias funcionem é necessário estabelecer regras para todos e trabalhar em comunidade, partilhar hábitos culturais e sobretudo respeitar o espaço público.

Procure se na sua área de residência existem hortas comunitárias e se for do seu interesse, participe e divirta-se cultivando uma alimentação mais saudável, partilhando momentos únicos com os seus vizinhos e amigos.

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