Ornamentais

Inverno frio mas com cor

No inverno, os jardins são menos coloridos. Sobressaem as silhuetas das plantas numa panóplia de verdes e ramos quase desprovidos de folhas.

Mas quem disse que não podemos dar-lhes um toque de cor nesta estação?

Opte por embelezar de forma harmoniosa o seu jardim com espécies como o jasmim-de-inverno, os ranúnculos, as maravilhas, os rododendros e as azáleas. Será um inverno frio, mas a cores.

1- Rhododendron L. (rododendros e azáleas)

Os rododendros e as azáleas são o nome comum das plantas do género Rhododendron L., que inclui mais de 1000 espécies.

Várias espécies são originárias da América do Norte e Europa, mas também existem espécies de origem tropical. São espécies geralmente com porte arbustivo e de folha persistente ou caduca.

Preferem solos ácidos e caracterizam-se pelas suas exuberantes flores e folhas ovaladas.

A maioria dos rododendros e das azáleas florescem no inverno, durante um curto período, e caracterizam-se pelas cores muito vivas das suas abundantes flores.

Família: Ericaceae

Altura: Até 2 metros.

Propagação: Por semente ou estaca.

Época de plantação: Outono.

Condições de cultivo: Prefere sol pleno ou meia-sombra e solo ácido.

Manutenção e curiosidades: Em Portugal Continental destaca-se o Rhododendron ponticum L. ssp. baeticum (Boiss. & Reuter) Hend. Mazz., que em termos de naturalidade é uma espécie endémica da Península Ibérica, mas que não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da Comunidade Europeia.

Existem muitas cultivares deste género que foram criadas para produzirem flores menores ou maiores e com grande diversidade de cores.

Atenção: estas espécies contêm uma toxina no pólen e no néctar e o mel produzido a partir dessas plantas é venenoso. O resto da planta também é venenosa para os cavalos, especialmente as folhas.

2- Calendula officinalis L. (calêndula)

Calendula spp. é um género de plantas vulgarmente chamadas calêndulas ou maravilhas.

É uma herbácea anual, que pode atingir até 50 cm de altura e apresenta caules ramificados em duas hastes. Deve ser semeada em agosto e floresce no inverno, com flores de cor amarela ou laranja muito parecidas com as margaridas.

O conjunto das flores abre com o nascer do sol e fecha à noite. A flor, de coloração amarelo-alaranjada, caracteriza-se pelo seu perfume e as suas folhas são macias e aveludadas.

As folhas inferiores são espatuladas e as caulinares são lanceoladas e alternadas.

Família: Asteraceae

Altura: 0,50 metros.

Propagação: Por semente.

Época de plantação: Final do outono.

Condições de cultivo: Boa exposição solar e terra bem fertilizada.

É de realçar que a calêndula é tolerante ao frio e deve ser constantemente regada para crescer de uma forma natural.

Manutenção e curiosidades: A calêndula na Grécia, Roma, Arábia e Índia antigas já era conhecida como planta medicinal, corante têxtil, corante alimentar e usada em produtos de cosmética.

Atualmente este género é cultivado tanto para fins ornamentais como para o fabrico de medicamentos e cosméticos.

Existem várias espécies de referir Calendula arvenses, C. subfruticosa (com várias subespécies), C. officinalis e C. maderensis.

No que diz respeito à Calendula officinalis esta tem propriedades bactericidas, antissépticas e anti-inflamatórias. As pétalas e o pólen têm propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes.

Os extratos da planta são também usados em cosméticos. As folhas e pétalas da calêndula são comestíveis, sendo as pétalas adicionadas aos pratos como guarnição em substituição do açafrão.

As folhas, amargas, são usadas em saladas.

3- Jasminum nudiflorum Lindl. (jasmim-de-inverno)

Arbusto caducifólio, originário da China. Os seus ramos longos pendentes, destacam-se durante o inverno, quando começam a despontam as suas pequenas flores amarelas, ainda antes de nascerem as primeiras das folhas (fevereiro a março).

O Jasminum nudiflorum não possui flores fragrantes, ao contrário do J. odorantissimum L., espécie endémica da Madeira, Macaronésia (Canárias) e Desertas, mas que floresce ligeiramente mais tarde.

Pode ser usado como arbusto ou como trepadeira quando tutorado. Fica bonito junto a pequenos muros.

Família: Oleaceae.

Altura: Até 1,2m como arbusto, ou até 4m como trepadeira.

Propagação: Estaca.

Época de plantação: Primavera e no outono.

Condições de cultivo: Exposição total ou parcial ao sol. Prefere solos férteis e húmidos, desde que bem drenados.

Manutenção e curiosidades: Não requer grandes cuidados de manutenção. As hastes mais secas devem ser podadas após a floração — o que achar necessário para manter a dimensão pretendida.

4- Ranunculus sp. (ranúnculo)

Entre espécies anuais e bienais, existem centenas de tipos de ranúnculos. Apesar de a maioria das espécies de ranúnculos florescer entre os meses de fevereiro e julho, existem espécies com floração nos restantes meses.

Existem ranúnculos de várias cores, mas são mais comuns os amarelos (espécies terrestres) ou brancos (espécies aquáticas), produzindo todos flores em forma de taça.

Estão em floração este mês o Ranunculus ficaria e o R. ollissiponensis.

Família: Ranunculaceae.

Altura: Varia com a espécie.

Propagação: Na maioria, por semente ou por divisão de tufo.

Época de plantação: Primavera ou outono.

Condições de cultivo: Também depende da espécie, mas geralmente preferem pleno sol ou meia-sombra e solo fértil e húmido, desde que bem drenado.

Os ranúnculos do bosque exigem solo rico e húmido, e sombra. Espécies alpinas requerem sol direto e solos arenosos. E as espécies aquáticas necessitam de solos húmidos (margens de ribeiros e lagos).

Manutenção e curiosidades: Ranunculus significa “pequena rã” em latim; este nome tem origem no facto de várias espécies crescerem em terrenos pantanosos (espécies aquáticas).

O Ranunculus ollissiponensis, em floração de fevereiro a maio, é uma espécie, tal como o epíteto ollissiponensis indica, endémica de Lisboa.

Na imagem, podemos ver o Ranunculus asiaticus, a espécie mais comercializada deste género, que apesar de florescer apenas durante a primavera, poderá dar início aos trabalhos de plantação já a partir deste mês.

Com Ana Luísa Soares

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