Frutícolas

Os chinottos

chinotto em vaso

 

Em Itália, este fruto é sobretudo usado para bebidas, nomeadamente uma bebida não alcoólica gaseificada conhecida com o nome de Chinotto, com aspeto e sabor semelhantes aos refrigerantes de cola.

 

Os chinottos (Citrus myrtifolia), também conhecidos como laranjas-mouriscas, são uma arvoreta sem espinhos, da família das Rutáceas, género Citrus. Quase desconhecida em Portugal, é sobretudo cultivada em Itália, no sul de França, em Malta e na Líbia. Pelo seu nome, pensa-se que será talvez um citrino com origem na China, mas existem investigadores que colocam a sua origem na bacia do Mediterrâneo. Esta espécie deve o seu nome ao pequeno porte e às pequenas folhas semelhantes às folhas da murta-comum (Myrtus communis).

O centro do seu cultivo é indiscutivelmente a Itália, onde a fruta é usada em larga escala na indústria alimentar. Pelo seu pequeno porte e beleza, é uma espécie muito apreciada para o cultivo em jardins, podendo ser mantida num vaso ou floreira grande. Também costuma ser usada para a criação de bonsai.

Durante muito tempo pensou-se ser uma variedade da laranja-azeda (Citrus aurantium), nomeadamente a Citrus aurantium var. myrtifolia, mas chegou-se à conclusão de que é uma espécie independente.

 

Origem: Incerta.

Altura: Até 3 metros.

Propagação: Por estaquia ou enxertia.

Plantio: Fim do inverno.

Solo: Solos bem drenados, ricos em matéria orgânica, arenoargilosos.

Clima: Mediterrânico/temperado.

Exposição: Sol pleno.

Colheita: Todo o ano

 

chinotto em flor

Chinotto em flor.

 

Cultivo e colheita

Os chinottos são muito parecidos com uma laranja-doce (Citrus x sinensis), mas em tamanho muito mais pequeno, nem chegam ao tamanho de uma clementina. O seu cultivo é semelhante ao de outros citrinos, mas os chinottos aguentam bastante frio, até -8oC. Geadas e nevadas são sempre fatores negativos para esta e para outras espécies de citrinos.

Um pequeno local soalheiro é o suficiente para os chinottos, até um vaso grande ou uma floreira de bom tamanho. Florindo durante quase todo o ano, a colheita costuma incluir as quatro estações e ser abundante, cobrindo a arvoreta de frutos. Como todos os citrinos, os frutos conservam-se durante um período relativamente longo na planta e cerca de um mês após a colheita, se refrigerados. A colheita é feita ao longo do ano e é geralmente abundante.

Os chinottos não gostam de encharcamento, dão-se bem em diversos tipos de solos, preferencialmente arenoargilosos, desde que bem drenados, profundos e ricos em matéria orgânica.

 

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Manutenção

A manutenção desta espécie é relativamente simples. As podas são ligeiras depois da poda inicial de formação, apenas para manter o tamanho da árvore e eliminar ramos mortos ou doentes. Como todos os citrinos, tempo quente é tempo de regas. Os citrinos não têm grande tolerância à seca, e a falta de água afeta muito a produção de frutos. Assegurar água suficiente deve ser uma tarefa quase diária.

A adubação mantém a saúde e o vigor da árvore e deve ser feita no início da primavera e durante o verão, já que a planta produz flores na primavera, no verão e no outono, e a frutificação prolonga-se pelas quatro estações.

 

Bebida de chinottos

Bebida de chinottos.

 

Pragas e doenças

Os chinottos são relativamente resistentes a pragas e doenças. Algumas delas advêm de condições climáticas adversas, como períodos de seca ou de excessiva humidade atmosférica.

Há a destacar as cochonilhas, a mosca-branca, os pulgões, a mosca-da-fruta como as principais pragas que podem afetar os chinottos. A prevenção é sempre essencial, devendo-se ter em atenção a saúde geral da nossa planta e não descurar o seu cuidado.

Quanto às doenças, destacam-se a gomose, o cancro dos citrinos, o greening e a leprose dos citrinos.

 

Propriedades

Os chinottos são principalmente usados como planta ornamental, seja sob a forma de bonsai, seja em tamanho natural.

O consumo do fruto, rico em vitamina C, ao natural é pouco comum, dado o seu sabor entre o azedo e o ácido. Não obstante, são muito usados na culinária e na indústria alimentar. Tradicionalmente são transformados em marmeladas, frutas cristalizadas e xaropes alimentares.

O principal uso dos chinottos no país que de longe lidera em termos de produção, a Itália, encontra-se na indústria das bebidas. Uma das bebidas onde se usa o chinotto é no licor conhecido como Amaro, ou seja, amargo, em italiano. Outra é o aperitivo chamado Campari. Além disso, é usado para produzir a bebida não-alcoólica conhecida como nome de Chinotto, uma bebida gaseificada de cor escura, com aspeto e gosto semelhantes aos refrigerantes de cola, mas com um sabor agridoce. Esta bebida é consumida sobretudo em Itália e em Malta.

 

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