Plantas

Regar jardins? Equilíbrio e rigor

rega

 

O ideal seria regar o jardim com água reciclada ou água da chuva, infelizmente ainda não é o que acontece na maior parte dos jardins.

 

O uso de água para regar os nossos jardins deverá ser pensado com muito rigor, claro está que o ideal seria regar com água reciclada, mas aqui o poder político e as infraestruturas nacionais reduzidas ou ausentes na maior parte dos municípios levam ao uso de água potável para a rega dos jardins. Todos os dias, milhares de litros de água reciclada voltam para os rios e oceanos, em vez de serem usadas para rega pública, residencial, bocas de incêndio ou lavagem de ruas.

 

Curiosidade

A tubagem da água reciclada tem uma cor: A utilização do tom PANTONE #512 – cor arroxeada – foi usada pela primeira vez na Califórnia para identificar as tubagens que transportam a água reciclada, desde então tem vindo a ser adotada por outros países, sendo hoje uma generalidade. 

 

Recolha de água das chuvas

 

recolha da água da chuva

Recolha de água da chuva

 

Uma das ações que poderia ser feita individualmente, além do uso racional da água, seria a colocação de depósitos de água que captem a água das chuvas.

Quando falamos de “sustentabilidade”, referimo-nos à manutenção do equilíbrio ao longo do tempo, minimizando o impacto e recursos usados do planeta, procurando um desenvolvimento coerente com a utilização do espaço. Esta palavra tem sido banalizada e por vezes excessivamente usada fora de contexto.

Quando pensamos em regar um jardim, o ideal seria fazê-lo com água reciclada, mas sendo isso impossibilitado, a utilização da água da chuva deveria ser o passo seguinte e, por último, o uso de água potável. Na manutenção de jardins, as árvores, os arbustos, as herbáceas, os catos, os relvados, etc. necessitam de rega, em mais ou menos quantidade. A escolha criteriosa das espécies a usar no jardim é fundamental para que se use a menor quantidade possível de água; nalguns casos as chuvas ocasionais serão suficientes.

Quando temos raízes mais profundas, o volume de solo servindo cada planta é maior, logo mais água e nutrientes disponíveis para a planta.

 

Como regar de forma correta

 

Rega de manutenção

A água disponível para as plantas depende do tipo de solo e da profundidade das raízes.

OBJETIVO: Regar de forma a humedecer o solo até à profundidade total das raízes.

 

Devemos assegurar-nos de que a distribuição da água é a mais uniforme possível e não devemos regar em excesso: solos encharcados não fornecem oxigénio às plantas. A escolha dos equipamentos – sistemas de rega – deverá ser feita caso a caso, onde a rega por aspersão, pulverização, gel, gota a gota de superfície ou enterrada têm cada um o seu espaço.

 

Saiba como “regar nas férias”

 

Zonas secas

• Se tivermos uma zona seca, devemos fazer uma rega localizada, manualmente.
• Escolher espécies e variedades que se adaptem bem às condições edafoclimáticas do local em questão.
• Regar de forma a humedecer todo o volume de solo explorado pelas raízes e só voltar a regar quando os primeiros sintomas de emurchecimento se tornam evidentes: desta forma iremos promover o aumento do sistema radicular e a lixiviação de sais que inibiam o desenvolvimento da planta e, em situações de impedimento de rega, as plantas terão uma melhor resposta.
• Verificar o potencial de água no solo utilizando tensiómetros e calcular a evapotranspiração.
• Regar antes do amanhecer – os ventos são mais calmos, a temperatura é mais baixa, logo perde-se menos água por evaporação.
• Evitar escorrimentos superficiais e melhorar a taxa de infiltração do solo através de operações culturais de manutenção ex.: arejamentos, escarificações.
• A utilização de wetting agents (agentes molhantes) reduz a tensão superficial, o que faz com que a água penetre mais rápida e profundamente.

 

Jardim de baixa manutenção, sem rega

Jardim de baixa manutenção, sem rega

 

Relvados

• No verão, nos relvados, deve-se elevar a altura de corte: cortes baixos inibem o sistema radicular, nunca cortar mais do que 1/3 das folhas.
• Relvados mais altos diminuem a temperatura do solo no verão – pode ser conveniente fazer regas ligeiras nas horas de maior calor de forma a conseguir uma redução da temperatura na planta e no solo.
• As zonas ajardinadas são de enorme importância em meio urbano uma vez que estas zonas irão aumentar a qualidade do ar – as plantas produzem oxigénio e filtram partículas tóxicas em suspensão no ar, provenientes da poluição provocadas por transportes, fábricas e outros equipamentos. Estas zonas também regulam as temperaturas locais e são espaços onde se pode observar a biodiversidade, essencial para o equilíbrio ambiental.
• Em suma, as zonas verdes com utilização de água devem ser reduzidas ao mínimo para atingirem um equilíbrio que satisfaça não só o aspeto estético e harmonioso, mas também que garantam um ecossistema urbano mais limpo, mais saudável e com a presença de vida animal.

 

Leia também “Gestão da água de rega nas hortas”

 

Pode encontrar este e outros artigos na nossa Revista, no canal da Jardins no Youtube, e nas redes sociais Facebook, Instagram e Pinterest.


 

Poderá Também Gostar