Frutícolas

Amoreira

Uma árvore muito ornamental e produtiva com uma grande longevidade.

amoreira

Amoras

Nomes comuns: Amoreira-preta, amoreira-branca, amoreira-vermelha, amora.

Nome científico: Morus Alba (branca), Morus Nigra (preta), Morus rubra (vermelha); Morus vem do nome em latim “atrasada”, pois era a última árvore a desenvolver-se na primavera.

Origem: Ásia (antiga Pérsia).

Família: Moráceas.

Factos históricos

O rei Jaime I de Inglaterra (1608) decretou que cada inglês devia cultivar uma amoreira, de modo a estabelecer uma indústria de seda. Infelizmente plantaram a variedade negra, que, apesar de apreciada pelo bicho-da-seda, dá uma seda de pior qualidade. No entanto, ficaram muitas deliciosas amoras pretas que são mais doces e são mais consumidas pelos humanos. Provavelmente foi introduzida pelos romanos em toda a zona mediterrânica, incluindo Portugal, pois era muito apreciada por gregos e romanos.

Características

Árvore de sombra com folha caduca com 10-15 metros de altura. São de crescimento lento e chegam aos sete metros de altura em 20 anos. As folhas medem 7-12 cm de comprimento.

Polinização/fecundação

As árvores tem geralmente flores femininas e masculinas na mesma árvore e são autoférteis. Flores pequenas brancas aparecem no fim do inverno e início da primavera e são polinizadas por insetos e pelo vento.

Ciclo de vida

Vivem 150-250 anos e começam a produzir a partir do terceiro ano, chegando a primeira produção aceitável, apenas no décimo ano.

Variedades mais cultivadas

Amora-branca: “Tatarica”, “Barnes”, White Russian”, “Ramsey´s White”,” Victoria”, “Pendula”, “Nana”, “Laciniata”, “Pakistan”, “Trowbridge”, “Thorburn”, “White English”, “Stubs”.
Amora-negra: “Persa Negra”, “Shangri La”, “Large Black”, “King James”, “Chelsea”, “Negra Espanhola”, “Mavromournia”, “Illinois Everbearing”, Hicks”, “New American”, “Wellington”.
Amora-vermelha: “Johnson”, “Travis”, Wiseman”, “Cooke”.

Parte comestível

Frutos (infrutescências) de 3 cm de comprimento. Muito sumarentas e refrescantes com sabor agridoce. A amora-negra é maior e mais doce do que a vermelha e a branca, mas ambas são comestíveis.

amoreira

Amoreira

Condições Ambientais

Tipo de clima: Regiões com clima temperado quente e subtropical.
Solo: Gostam de solos ligeiros, férteis de natureza calcário-argilosa, húmidos, boa drenagem, férteis e profundos. O pH deve ser entre 5,5-7,0.
Temperaturas: 20-30 ºC (ótimas); 3 ºC (mínimas); 35 ºC (máximas); 0 ºC (paragem do desenvolvimento); -11 ºC (morte da planta).
Exposição solar: Pleno sol ou sombra parcial.
Altitude: 400-600 metros.
Quantidade de água: 25 a 30 mm/semana, durante o ciclo vegetativo, nos períodos mais exigentes (floração e frutificação) e de seca.
Humidade atmosférica: Média a alta.

Fertilização

Adubação: Estrume de curral, galinha, peru e porco, composto e farinha de ossos. Existem relatos de bons resultados com aplicação de cinza de madeiras. Pode regar-se com chorume de bovino, bem diluído.

Adubo verde: Feijão, luzerna, tremoço e outras leguminosas.

Consociação: Batata e milho.

Exigências nutritivas: 1:1:1 ou 2:1:2 (N:P: K).

Técnicas de Cultivo

Preparação do solo: Deve lavrar-se a terra com um arado em profundidade (20-30 cm), para destorroar o solo, arejá-lo e descompactá-lo, gradando no final.
Multiplicação: Por estacas (com 15-16 cm de comprimento) com 2 anos de vida e pelo menos um gomo, retirado na primavera ou por sementes do ano, acabadas de colher.
Data de plantação: Inverno – início da primavera.

Empalhamento/mulching: Palha, feno da cama de animais, cascas e palha de arroz e composto.
Compasso: 5 x 5 ou 5 x 6 metros.
Amanhos: As podas são necessárias, pois os ramos têm tendência a crescer e tocar no solo.
Regas: Devem ser mais frequentes no verão e após a plantação, o florescimento e a frutificação.

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Entomologia e patologia vegetal

Pragas: Aves (melros, periquitos-de-colar e outras), cochonilha, mosca-da-fruta, ácaros e nematodes.
Doenças: Cancros, bacterioses, podridão das raízes, oídio e viroses.
Acidentes/carências: Não gosta de zonas ventosas.

Colheita e utilização

Quando colher: A colheita faz-se quando o fruto já está praticamente negro, mas é muito difícil, já que o fruto tem tendência a cair da árvore mesmo antes de atingir a maturação final. O melhor é estender uma lona e abanar os ramos, fazendo depois a seleção dos frutos que caem.

Produção: 4-7 kg/ano.
Condições de armazenamento: São muito perecíveis, não é prática armazenar este fruto.
Melhor época de consumo: Primavera
Valor Nutricional: Ricos em vitaminas A e C, cálcio, fibras.
Época de consumo: Maio-junho.
Usos: Os frutos brancos e pretos são comestíveis. A amora-preta serve para a elaboração de compotas, geleias, marmeladas, tartes, bebidas, vinhos, vinagres e licores, e as folhas utilizadas usam-se para alimentar o bicho-da-seda. O tronco fornece madeira sólida que é utilizada em marcenaria e carpintaria. Também se pode fazer vinagre e geleia.
Valor medicinal: Tanto as folhas como os frutos são refrescantes, laxantes, diuréticos, combatem os diabetes e são antioxidantes, tendo uma ação calmante (insónias e stresse).

Conselho de especialista

Árvore muito produtiva, mas os frutos são muito frágeis e perecíveis, sendo muito difícil o transporte para outros locais. O ideal será comer no local ou colhê-los para a elaboração de compotas. No nosso País, a árvore adapta-se bem às zonas Centro e Norte.

 

Texto e fotografias: Pedro Rau

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