Cada vez mais as hortas fazem parte “dos nossos jardins”, desde áreas grandes a pequenos canteiros em terraços e varandas.
As aromáticas como a hortelã, salsa e os coentros, bem como o tomate, morangos ou alfaces e também as árvores de fruto são escolha frequente para estes espaços! Este artigo é feito a pensar na jardinagem e nas pequenas hortas nos jardins.
Os fitofármacos são um tema complexo que inclui questões como resíduos nos alimentos, saúde humana e segurança, efeitos no ambiente, interesses comerciais e europeu.
O que são fitofármacos?
São produtos que se aplicam com o fim de proteger as culturas.
Fungicidas; herbicidas; inseticidas/acaricidas; rodenticidas; nematodicidas; reguladores de crescimento; molhantes; atrativos/repulsivos.
São produtos naturais ou de síntese, destinados a proteger as plantas das doenças, pragas ou infestantes, mantendo-as saudáveis para que estas possam exprimir todo o seu potencial produtivo, tanto no que se refere à quantidade como no que respeita à qualidade dos produtos agrícolas, florestais ou na jardinagem.
Agricultura/jardinagem responsável deve seguir e respeitar os princípios da proteção Integrada.
A prática da proteção integrada exige um amplo conhecimento da cultura, dos organismos auxiliares da cultura, dos seus inimigos, assim como dos diversos fatores que contribuem para a sua nocividade (bióticos, abióticos, culturais e económicos) de forma a efetuar-se, adequadamente, a estimativa do risco resultante da presença desses inimigos.
Segundo os princípios da proteção integrada os meios de luta deverão ser aplicados de forma oportuna e integrada, recorrendo à luta química sempre como último recurso e apenas quando esta for reconhecidamente indispensável, utilizando apenas os produtos fitofarmacêuticos permitidos para cada cultura.
Agricultura biológica
Constitui-se como um instrumento para o desenvolvimento sustentável ao nível dos recursos da própria exploração, da região em que se insere e do ambiente global.
Os fitofármacos também ajudam a agricultura biológica a:
- Acreditar na ciência;
- Produzir com qualidade;
- Produzir em quantidade;
- Produzir em segurança.
“Quase dois terços dos portugueses preferem consumir alimentos biológicos, mas apenas um quinto diz saber que a agricultura biológica também utiliza produtos fitofarmacêuticos”, concluiu um estudo divulgado passado 26 de abril de 2018”, pelo Centro de Estudos Aplicados da Católica- Lisbon, School of Business & Economics em Associação Nacional para a Indústria da Proteção da Plantas (ANIPLA).
O que é o glifosato
Além de ser tema da ordem do dia, importa saber que o glifosato é o herbicida total mais usado para matar ervas daninhas em calçadas e terrenos antes do cultivo.
É um produto amplamente usado e levantam-se várias questões de manuseamento e utilização.
A União Europeia renova licença por cinco anos do glifosato, herbicida total- 8 de dezembro, 2017. Glifosato: 3300 estudos já feitos atestam segurança deste herbicida.
Em maio de 2016 a Organização Mundial de Saúde, OMS, e a Organização da Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, declaram glifosato improvável de causar cancro. Como se sabe, o IARC, a agência para o estudo do cancro associada à OMS, tinha recentemente afirmado que o glifosato era provavelmente carcinogénico.
A aparente contradição é explicada pela OMS, referindo que a conclusão publicada em 2016 foi um segundo passo relativamente à avaliação feita pelo IARC.
A OMS acrescenta que o IARC olha para o perigo potencial das substâncias, enquanto este grupo analisa os riscos resultantes da exposição a uma determinada quantidade de resíduo.
A importância da certificação
Existem várias certificações a nível mundial dos alimentos e sementes que certificam não só as espécies e variedades produzidas, mas também o processo de produção conferindo a certificação de boas práticas culturais, garantindo que os produtos estão de acordo com a legislação e isentos de produtos tóxicos, para o meio ambiente, para o consumidor final ou para quem manuseia o produto.
Combate natural de pragas e doenças
Para combater as pragas, existem organismos chamados “inimigos naturais” que matam ou parasitam as pragas este controlo exige uma vigilância constante.
Têm a vantagem de trabalharem de graça para o agricultor/jardineiro, que na ocorrência deles, pode ficar dispensado de adotar outras medidas de controlo. Temos também plantas que atraem insetos auxiliares.
Por exemplo:
O piolho-da-alface (Nasonovia ribisnigri) é um afídeo que constitui uma importante praga na agricultura, especialmente na cultura da alface. É parasitado pelas espécies Aphelinus asychis e Aphidius ervi – Sirfídeos.
Plantar cravo túnico-tagetes – e enterrar para controlar os nemátodes.
Plantas que atraem insetos auxiliares: a hortelã-pimenta, calêndula, loendro e sabugueiro atraem as joaninhas. As joaninhas são grandes predadoras de piolho ou afídio verde, matam pulgões, cochonilhas, tripes, ácaros e moscas brancas.
Um só exemplar pode devorar centenas destes insectos. São muito úteis nas hortas e não devem ser destruídas ou confundidas com pragas.
Para fazer agricultura/jardinagem responsável devemos ter formação específica e informação adequada às necessidades.
Enquanto consumidores, recorrer a alimentos certificados é a forma de nos protegermos das más práticas culturais e exigirmos produtos de qualidade e saudáveis.
Porquê o uso de fitofármacos?
- Para proteger as sementes dos insetos, infestantes, microrganismos patogénicos durante a germinação, vingamento e crescimento;
- Para proteger da contaminação, através de roedores, os produtos armazenados;
- Para proteger de doenças os humanos;
Podem afetar:
- O ser humano;
- A vida selvagem;
- O ambiente
- É por este motivo que existe um controlo rigoroso no seu uso, modo de aplicação e comercialização, para que sejam seguros e eficazes.
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