Ornamentais

Orquídeas e flora da Colômbia (parte II)

Huntleya burtii

 

A Colômbia é o país do mundo com maior número de espécies de orquídeas. Pode agora conhecer algumas delas.

 

E qual foi a razão que me levou a visitar a Colômbia? As Orquídeas, claro. E porquê a Colômbia? Porque a Colômbia é o país com mais espécies de orquídeas em todo o mundo.

Talvez pela sua geografia, pela diversidade de ambientes e microclimas ou pelo seu relevo surpreendente, a Colômbia é o terceiro país com maior biodiversidade. Nele podemos encontrar cerca de 45 mil espécies de plantas, o equivalente a quase 20% da Flora mundial. No que respeita à família Orchidaceae, são conhecidas cerca de 4270 espécies de orquídeas naturais da Colômbia e destas, 1543 são endémicas, o que quer dizer que só são encontradas na Colômbia. Uma riqueza reconhecida pelo país e também mundialmente, pois a proteção de espécies em perigo é alvo de vários estudos e programas de recuperação por diversas entidades, governamentais e mesmo particulares, ligadas por exemplo a universidades.

 

 

A minha Greentrip pela Colômbia

Nesta minha viagem que fiz em dezembro do ano passado, foram diversos os locais que visitámos para ver orquídeas apesar de que estas plantas são constantes e não há lugar onde não sejam encontradas. Criado em 1979 e de administração particular, o fabuloso Jardim Botânico de Quíndio, onde fomos recebidos pelo presidente, tinha uma grande variedade de plantas, entre elas a coleção nacional de palmeiras e muitas raridades botânicas. O orquidário estava a ser criado e não tinha muitas espécies. Mas a nível de cor e diversidade, fomos compensados com muitas e coloridas borboletas e pelas aves que vimos nos pontos de observação, entre elas os fabulosos beija-flores. 

 

Leia também “Orquídeas e flora da Colômbia (parte I)”

 

O Éden dos orquidófilos

Na região do Eixo Cafeeiro visitámos uma quinta, uma típica fazenda que tinha muito mais do que café. Chama-se Finca Romélia e o seu proprietário é um apaixonado por orquídeas. Ali fizemos uma magnifica visita seguida de almoço, onde nos mostraram a sua coleção privada de cerca de 850 espécies de orquídeas e vários híbridos, muitos dos quais de produção própria e plantas únicas. Haviam orquídeas por todo o lado, nos jardins, nos vários quartos e salas da casa, nos alpendres, a crescer em troncos de árvores, em vasos, montadas em Bonsais, e nas traseiras da casa, duas árvores estavam podadas de modo a que a sua copa se estendesse como um telhado verde. Sob essa proteção natural, ficava a fabulosa coleção de orquídeas, as mais preciosas, algumas minúsculas, como o Bulbophyllum moniliforme, cujos pseudobolbos não medem mais de 2 ou 3 milímetros até a uma fabulosa coleção de Cattleya e as suas variações de cores, sendo, para mim, o ponto alto da visita, a magnifica floração de uma Huntleya burtii. Outro fantástico e raro exemplar que pudemos observar pela primeira vez com uma bonita floração foi uma Neomoorea wallisii. Posso sem dúvida afirmar que o Paraíso das Orquídeas fica na Finca Romélia!

Na floresta do Parque Natural Arví, aventurei-me num trilho onde muitas orquídeas foram reintroduzidas e ali estavam para ser admiradas a crescer e a florir na natureza. Encyclia, Scaphosepalum, Masdevallia, Dracula, Stelia, Pleurothallis, Maxillaria e Dichaea foram alguns dos géneros que vimos floridos. E depois ainda fomos ver a estufa onde tinham a sua coleção particular, outra perdição. Para além das orquídeas vimos também o famoso Antúrio negro e muitas bromélias e tillandsias.

 

ORQUÍDEA-MACACO
Na Colômbia podemos encontrar várias espécies destas pequenas orquídeas do género Dracula, cujas flores se assemelham a uma cara de macaco e são adoradas por muitos

 

 

A Flor Nacional da Colômbia

Como não podia deixar de ser, é uma orquídea. É a bonita Cattleya trianae, cujo nome homenageia o naturalista colombiano José Jerónimo Triana e que é chamada também de “Orquídea do Natal” por florir em dezembro. Tanto esta como grande parte das orquídeas colombianas, cresce entre os 1000 e os 3000 m de altitude, em zonas de floresta nebulosa e de forma epífita, ou seja, não crescem com as raízes no solo, mas sim agarradas aos troncos das árvores.

 

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