Saiba tudo o que deve saber para produzir as suas hortícolas preferidas com sucesso já na próxima estação.
O mês de abril é estratégico no que toca a preparar a horta de verão. Durante este mês, as temperaturas mantêm a sua subida ao mesmo tempo que as “águas mil” se fazem notar.
É um mês de fim das culturas de inverno e de transição para as culturas de dias longos e tempo quente. Durante este período, há tempo para tomar decisões importantes e planear com tempo e cuidado o que queremos da horta no verão.
O que cultivar?
A horta de verão é muito atrativa, com a sua riqueza de cores formas e sabores, que cortam com os verdes predominantes das hortaliças de inverno.
No verão existem mais animais na horta, desde a enorme riqueza de insetos às aves que procuram alimento entre as pragas da horta.
É uma horta divertida para as crianças pelos seus produtos vistosos e coloridos e pelo rápido crescimento das suas espécies. Em primeiro lugar, é preciso saber o que se quer cultivar.
As diferentes possibilidades de plantação exigem diferentes cuidados de rega, preparação do solo, controlo de pragas e doenças entre outros fatores.
Além disto, hoje em dia é mais fácil fugir das opções tradicionalmente portuguesas que podemos plantar na horta.
É muito fácil ter acesso a sementes e plantas oriundas de climas tropicais ou subtropicais que apreciam as temperaturas elevadas e a luz abundante que caracterizam o nosso verão.
Esta enorme diversidade pode dificultar a decisão sobre as espécies a introduzir na nossa horta e por isso é importante perder algum tempo a escolher e planear.
Como regar?
Quase todas as culturas de verão requerem irrigação. As necessidades variam de acordo com a espécie em questão, mas dificilmente teremos resultados satisfatórios na horta se a rega não for considerada.
A rega pode ser feita de muitas formas, mas geralmente os dois tipos mais utilizados são os sistemas de aspersão ou de gotejamento.
É importante saber que cada espécie requer um tipo de rega adequado, regar um tomateiro por aspersão frequentemente irá originar doenças que acabam por destruir a planta.
O mesmo sistema pode ser utilizado no milho e desta vez com excelentes resultados. Saber o que se quer plantar e quais as suas necessidades de rega permite-nos desenhar o sistema de rega que queremos instalar na horta.
Podem-se criar zonas de rega por aspersão e outras por gotejamento e dividir dessa forma a plantação.
Estruturas de apoio
Algumas espécies hortícolas de verão necessitam de estruturas de apoio para o seu desenvolvimento.
O feijão-verde, o tomate ou o pepino, por exemplo, tiram partido de estruturas de apoio que lhes permitam trepar ou manterem-se verticais.
Outras culturas necessitam da colocação de proteções como redes para evitar que os seus frutos sejam comidos como no caso da framboesa.
Plantas para a horta de verão:
- Abóbora
- Acelgas
- Aipo
- Alface
- Beringela
- Canónigos
- Cebolas
- Cebolinho
- Cerefólio
- Chicória
- Coentros
- Curgete
- Espinafres
- Feijão-verde
- Hortelã
- Malagueta
- Manjericão
- Melão
- Morangos
- Pepino
- Pimento
- Rabanete
- Rúcula
- Salsa
- Tomate
Durante este tempo de preparação, estas estruturas deverão ser pensadas para que, quando for a altura, tudo corra sem atrasos.
Fertilização
As culturas de verão são normalmente espécies de crescimento rápido que consomem bastante água e nutrientes. Numa horta biológica estes nutrientes vêm largamente do composto que se acrescenta ao solo.
O inver- no é uma altura boa para produzir composto devido à humidade relativa elevada do ar que evita a desidratação dos microrganismos decompositores responsáveis pela compostagem.
Assim, o composto que se retira no final do inverno será bem empregue nas culturas de verão. Culturas como o tomate, a abóbora, melão, pepino apreciam uma boa quantidade de composto antes da sua plantação.
Sabendo isto, esta é a altura de ir ver o estado do composto que se irá utilizar na horta. Revirar frequentemente a pilha de composto poderá ajudar a acelerar o processo e fazer com que se obtenha composto mais depressa.
Plantas companhia
Além de selecionar as espécies que queremos plantar, é também importante pensar nas espécies que irão servir de companhia às culturas, tais como as plantas que atraem insetos auxiliares ou polinizadores.
Algumas plantas devem ser associadas a outras na horta. A plantação de alisso (Lobularia maritima) tem resultados muito positivos para outras culturas como as cucurbitáceas e as solanáceas, porque atraem muitos polinizadores como sirfídeos e abelhas solitárias.
As plantas companhia deverão ter floração ligeiramente anterior à da cultura para que tenham tempo de atrair os auxiliares e polinizadores.
Como semear?
Após a seleção de plantação, pode ganhar-se tempo semeando as espécies pretendidas em casa ou em qualquer outro ambiente protegido.
As plantas poderão ser semeadas em tabuleiros com turfa ou outro substrato orgânico tendo o cuidado de não se exagerar ao regar.
As plantas pequenas beneficiam de um ambiente com bastante luz e temperaturas ame- nas como janelas expostas a sul.
Desta forma obtêm-se plantas próprias de forma barata. Finalmente, depois de tudo planeado e devidamente estruturado, é deitar mãos ao trabalho e começar
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