Aromáticas e Medicinais

Cravo, uma planta e especiaria oriental

cravo

O cravo é uma árvore de pequeno ou médio porte, ramificada quase desde a base, raramente atingindo 15 m.

O cravo é uma planta produtora da especiaria do mesmo nome, incluída normalmente nas especiarias orientais e muito valorizada no mercado internacional.

Nome científico: Syzygium aromaticum

Família: Mirtáceas

Nomes vulgares: Cravo, cravinho, cravo-de-cabecinha, carvoaria.

Descrição: De folhagem persistente e de belo efeito ornamental pelo contraste entre a folhagem nova geralmente avermelhada e brilhante e a adulta geralmente vermelha-escura, com abundante floração.

O seu sistema radicular é constituído por um conjunto denso de raízes finas e ramificadas que se desenvolvem mais em profundidade. A árvore não dispõe assim de um mecanismo radicular eficiente que lhe permita facilmente recuperar do terreno a água e minerais.

Quando as temperaturas e humidade do meio são elevadas, como é normal nas zonas mais apropriadas a esta cultura, podem desenvolver-se algas, musgos e líquenes à superfície da casca.

A rebentação é avermelhada ou amarelada ou mesmo acobreada, mas a cor vai-se modificando com a idade, apenas ficando com tonalidades avermelhadas no pecíolo e na página superior das folhas e verde-escuro no inferior.

Este contraste de cores faz do cravo, como diz Maistre, “uma das mais belas árvores dos países tropicais“.

O fruto do cravo é uma pseudobaga, oblongo-ovoide, vermelha-clara nas primeiras fases e depois vermelho-escura.

Na linguagem do século XVI o fruto é designado por girofo ou madre-do-cravo. A formação do fruto é indesejável em termos de produção da especiaria.

Cravinho
Factos históricos

Desde tempos muito antigos que os povos orientais conheciam e usavam esta especiaria por causa do seu forte aroma. Documentos antigos referem que no Oriente, esta especiaria era muito usada para “dar à boca um bom cheiro”.

Parece que os chineses muito contribuíram para a difusão desta especiaria nos mercados do oriente. Era também uma especiaria cara e por isso só ao alcance dos mais ricos. Já no século III a.C as pessoas para poderem ter a honra de falar com o Imperador, e como sinal de respeito, teriam primeiro que purificar o hálito mascando o cravo.

Desde tempos muito antigos os juncos chineses iam comprar a especiaria às ilhas onde era produzida (ilhas Molucas), em troca de sedas e porcelanas em que os chineses eram exímios fabricantes; sendo assim um comércio interessante para os dois territórios envolvidos.

Por volta do século X, o cravo era comercializado principalmente pelos chineses; no entanto foram os juncos javaneses que trouxeram inicialmente a mercadoria comprada nestas ilhas até aos portos do Hindustão.

O cravo era nesse tempo utilizado como especiaria aromática no tempero da comida. Hoje em dia uma quantidade muito importante da produção constitui-se matéria prima para a obtenção do eugenol. Nalguns locais na Índia e da Pérsia, ainda hoje atribuem ao cravo propriedades afrodisíacas.

Livro “Especiarias e aromáticas do campo à cozinha” de José Eduardo Mendes Ferrão

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